A diretora executiva da Conferência da ONU para Mudanças Climáticas, Ana Toni, afirmou nesta segunda-feira (4) que a COP30, marcada para novembro de 2025 em Belém, será um evento inclusivo, conforme determinação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A declaração ocorreu durante a Climate Week, realizada em São Paulo, e veio em resposta às críticas sobre os altos preços de hospedagem na capital paraense.
“Certamente a COP vai ser inclusiva, não há dúvidas em relação a isso. Essa é uma determinação do presidente Lula. Temos de trabalhar para que seja assim”, declarou Toni.
O comentário responde ao representante do grupo de 54 países africanos, Richard Muyungi, que classificou os preços atuais como inacessíveis para parte das delegações, especialmente dos países mais pobres, colocando em risco sua participação na cúpula climática.
Atualmente, a ONU oferece uma diária de US$ 143 para membros de delegações de nações de baixa renda. Toni disse que o governo brasileiro está desenvolvendo alternativas, mas não detalhou quais seriam. “Acho que tem outras soluções para isso. Elas estão sendo pensadas”, afirmou.
O presidente da COP30, embaixador André Corrêa do Lago, informou que o governo apresentará essas soluções em 11 de agosto, durante uma reunião oficial do órgão climático da ONU. Ao ser questionado se o debate sobre hospedagem estaria desviando o foco do evento, respondeu: “A vida é assim. Mas a essência, evidentemente, é a discussão dos temas da COP e de como a gente vai ampliar a discussão para além da negociação em si, com a agenda de ação”.
Corrêa do Lago também afastou rumores sobre uma possível mudança de sede da COP30 ou divisão das atividades com outra cidade. “Vocês têm de lembrar que Paris precisou construir um centro de convenções para uma COP. Glasgow precisou. Todo o mundo precisou. Só Dubai que não”, concluiu.
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