O ministro do Turismo, Celso Sabino, comunicou ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) que pretende permanecer no governo, apesar da decisão do União Brasil de dar prazo de 30 dias para que ele deixe a gestão petista. A conversa ocorreu nesta quarta-feira (4), durante almoço no Palácio da Alvorada, que contou ainda com a presença do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), e dos ministros Waldez Góes (Integração Nacional), Frederico Siqueira Filho (Comunicações) e Gleisi Hoffmann (Relações Institucionais).
Segundo relatos, Sabino manifestou a Lula o desejo de continuar à frente da pasta e afirmou que irá dialogar com a direção de seu partido. Na véspera, o União Brasil e o PP anunciaram que seus filiados não poderão ocupar cargos no governo, o que atinge diretamente Sabino e o ministro do Esporte, André Fufuca (PP). O presidente do União Brasil, Antônio Rueda, reforçou que haverá afastamento imediato e possíveis sanções internas caso a determinação seja descumprida.
Embora a decisão afete Sabino, ministros ligados ao União Brasil, como Waldez Góes e Frederico Siqueira Filho, não serão impactados por não serem filiados, tendo ingressado no governo por indicação de Alcolumbre. Durante o encontro, Lula voltou a cobrar mais empenho dos ministros do União Brasil na defesa da gestão petista e no avanço das entregas, reforçando apelos já feitos em reuniões anteriores.
O desejo de Sabino em permanecer no cargo também está relacionado ao seu projeto eleitoral para 2026, quando pretende disputar uma vaga no Senado pelo Pará em aliança com o governador Helder Barbalho (MDB). Interlocutores do governo afirmam que Lula já sinalizou apoio à candidatura do paraense, lembrando que o presidente venceu no estado em 2022 com 54% dos votos.
No Palácio do Planalto, a avaliação é de que a saída de Sabino a menos de 70 dias da COP30, que será realizada em Belém, é improvável. Nesta semana, enquanto o União Brasil oficializava sua posição contra o governo, o ministro intensificou agendas no Pará, participando da 1ª Conferência de Turismo de Curionópolis e Serra Pelada e visitando uma cooperativa em Tomé-Açu.
Para aliados de Lula, os cenários regionais de Sabino e Fufuca têm mais peso que os acordos nacionais de suas legendas. A avaliação é de que ambos desejam manter a proximidade com o presidente para 2026, em meio a um contexto econômico de inflação em queda, alimentos mais baratos e popularidade crescente de Lula.
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