Em meio à Operação Contenção, que já soma dezenas de mortos e mais de uma centena de presos nos complexos do Alemão e da Penha, o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL-RJ), declarou que o Estado está “sozinho” na guerra contra o crime organizado.
O chefe do Executivo fluminense cobrou apoio do governo federal e disse que a gravidade da situação ultrapassa os limites da segurança urbana.
Essa é uma guerra que está passando dos limites. Uma guerra dessas, que nada tem a ver com a segurança urbana, deveria ter um apoio muito maior que o das Forças Armadas”, afirmou.
Segundo Castro, o nível de armamento e a estrutura financeira das facções criminosas indicam que a atuação policial precisa de reforço nacional.
Essa é uma luta que já extrapolou toda a ideia de segurança pública, tudo aquilo que está na Constituição Federal. Extrapola quando você tem essa quantidade de armas que vem através do tráfico internacional, essa quantidade de poder bélico que vem de financiamento feito por lavagem de dinheiro.”
O governador destacou que o Estado vem fazendo o que pode, mas que a situação exige uma integração mais ampla com as forças federais.
Ou seja, não é mais só responsabilidade do Estado, que está fazendo a sua parte, sim. Mas, quando se fala em exceder as nossas competências, já era para estar tendo um trabalho de integração muito maior com as forças federais, o que, nesse momento, não está acontecendo.”
Castro comparou o cenário atual com o de 2010, quando houve uma ação conjunta entre governo federal e estadual durante o processo de ocupação das favelas com as Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs).
O Brasil inteiro viu, em 2010, um trabalho de integração. Hoje, o Rio está sozinho nessa guerra. E aí é muito fácil criticar as forças estaduais, criticar o governador, quando o Estado está excedendo as suas competências.”
Por fim, o governador reafirmou o compromisso do governo estadual com a população fluminense, mesmo diante das limitações operacionais.
Jamais abandonaremos a população. Se tivermos que exceder mais ainda as nossas competências, nós o faremos para protegê-los.”
As declarações foram dadas no contexto da Operação Contenção, deflagrada nesta terça-feira (28), que mobiliza forças da Polícia Civil e da Polícia Militar em diversas comunidades do Rio. O objetivo é combater o avanço de facções criminosas responsáveis por ataques e bloqueios em vias expressas da capital.