A morte da enfermeira Jamille Araújo, encontrada sem vida no apartamento onde morava com o companheiro, Thiago Gonçalves, em Ananindeua, na Região Metropolitana de Belém, está sendo investigada pela Delegacia de Feminicídio (DEFEM) como possível caso de feminicídio. Familiares da jovem apontam histórico de violência física, ameaças e controle psicológico, e pedem justiça.
Em entrevista ao portal EPOL, a irmã gêmea de Jamille, Jessica Araújo, denunciou que Thiago agredia sistematicamente a enfermeira. “Ela sempre protegia ele. Mas para as amigas, ela contava que ele batia, que espancava, que tentou matar ela enforcada várias vezes”, relatou. Segundo Jessica, Jamille tentou romper o relacionamento em diversas ocasiões, mas era impedida por ameaças. “Ele dizia que, se fosse preso, sairia em três meses e mataria ela, meu pai e todos nós. E que não daria em nada pra ele”, declarou.
O corpo de Jamille foi encontrado com uma extensão enrolada no pescoço e marcas roxas nas pernas. A jovem estava de bruços no apartamento, localizado na Rodovia Mário Covas. A Polícia Militar foi acionada por vizinhos, isolou o local e notificou os órgãos competentes.
Segundo Thiago Gonçalves, ele havia dormido com a vítima na noite anterior e saiu para trabalhar. Ao retornar, disse ter encontrado Jamille já sem vida. A defesa de Thiago nega qualquer envolvimento no caso. Em entrevista, o advogado Caio Cavalcante afirmou que o cliente está colaborando com as investigações desde o início. “Ele não é suspeito. Veio à delegacia espontaneamente, sem intimação, entregou o celular e está sendo ouvido como testemunha”, disse.
A defesa alega ainda que indícios já analisados apontam para suicídio, como imagens de câmeras de segurança e mensagens trocadas por Jamille. “Ela apresentava sinais de problemas psicológicos e chegou a falar sobre tirar a própria vida”, afirmou o advogado.
A mãe da vítima, Ivonette Araújo, contesta a versão da defesa e cobra punição. “Minha filha estava com o rosto roxo. Ele destruiu nossa família. Não posso afirmar com certeza, mas tudo indica que foi ele. Só queremos justiça”, declarou.
A Polícia Civil confirmou que perícias estão em andamento e testemunhas estão sendo ouvidas. O caso segue em apuração.
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