A Caravana dos Povos Indígenas segue pelo Pará rumo à 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30). Nesta segunda-feira (25), a Aldeia Akrãtikatêjê, na Terra Indígena Mãe Maria, em Bom Jesus do Tocantins, recebe a iniciativa. O encontro reúne o povo Gavião em um momento de escuta ativa e fortalecimento dos territórios.
Com mais de 62 mil hectares, a Terra Indígena Mãe Maria foi homologada em 1986 e abriga os grupos Parkatêjê, Kyikatêjê e Akrãtikatêjê. Guardiões de uma herança cultural e linguística do tronco timbira, os Gavião preservam tradições e modos de vida que atravessam gerações.
A Caravana percorre as oito etnorregiões do estado com o objetivo de promover diálogo e disseminar informações sobre a COP30. A iniciativa amplia a participação indígena e fortalece políticas públicas construídas junto às comunidades, valorizando saberes e direitos dos povos da floresta.
Para Wiratan Sompré, secretário adjunto da Sepi, a ação é estratégica para conectar as comunidades ao debate climático global.
“A Caravana tem um papel fundamental para aproximar a COP30 das comunidades indígenas. Cada parada é uma oportunidade de escuta, diálogo e fortalecimento das lideranças, garantindo que a voz dos povos esteja presente nas decisões globais sobre o clima. Em Bom Jesus do Tocantins, teremos mais um momento histórico, com o protagonismo do povo Gavião mostrando ao mundo que a floresta é vida e precisa ser respeitada”, afirmou.
Puyr Tembé, secretária dos Povos Indígenas do Pará, reforça a importância do contato direto com os territórios.
“A Caravana é um espaço de encontro e fortalecimento com os povos indígenas nos seus territórios. É por meio dessas conversas, dessas escutas vivas, que estamos preparando as comunidades paraenses para a COP30, afirmando que suas vozes, suas culturas e suas propostas devem estar no centro das decisões globais”, disse.
O evento também prevê a participação ativa de lideranças e famílias da Terra Indígena Mãe Maria na conferência. Eles devem contribuir com propostas, reflexões e experiências sobre justiça climática e proteção da Amazônia, reforçando o protagonismo dos povos indígenas na defesa da floresta.
Deixe um comentário