Câmara aprova urgência para projeto que cria licença menstrual remunerada - Estado do Pará Online

Câmara aprova urgência para projeto que cria licença menstrual remunerada

Proposta de Jandira Feghali garante afastamento de até três dias por mês para mulheres com sintomas severos de menstruação e deve ser votada diretamente pelo plenário da Câmara

A Câmara dos Deputados aprovou na última segunda-feira (27) o regime de urgência para o Projeto de Lei nº 1.249/2022, que propõe licença remunerada de até três dias por mês para mulheres que apresentem sintomas graves durante o período menstrual. Com a decisão, o texto será votado diretamente pelo plenário, sem precisar passar novamente por todas as comissões da Casa.

A proposta, de autoria da deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ), altera o artigo 473 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) para reconhecer a dismenorreia (quadro de cólicas e dores intensas que afeta cerca de 15% das mulheres em idade fértil) como motivo justificado de ausência no trabalho. O objetivo, segundo a justificativa, é proteger o emprego e o salário das trabalhadoras que enfrentam sintomas incapacitantes e, por isso, muitas vezes se veem obrigadas a comparecer ao serviço mesmo com dor.

O texto foi analisado por diferentes comissões desde que foi apresentado, em 2022. Recebeu pareceres favoráveis das deputadas Juliana Cardoso (PT-SP), na Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher, e Alice Portugal (PCdoB-BA), na Comissão de Administração e Serviço Público. Ambas defenderam a aprovação da proposta com ajustes técnicos e a unificação de outros projetos semelhantes.

Com o pedido de urgência aprovado, o projeto passa a ter prioridade na pauta de votações. Se aprovado pelo plenário, seguirá para análise do Senado. O PL 1.249/2022 é visto por parlamentares da base feminina como um avanço no reconhecimento da saúde menstrual como tema de política pública e direito trabalhista.

Leia também: