As altas temperaturas típicas do verão tendem a aumentar a ocorrência de casos de acidente vascular cerebral (AVC), segundo alerta do neurocirurgião e neurorradiologista intervencionista Orlando Maia, do Hospital Quali Ipanema, no Rio de Janeiro. Em entrevista à Agência Brasil, o médico explicou que o calor favorece a desidratação, condição que torna o sangue mais espesso e aumenta a chance de formação de coágulos, principal causa do AVC isquêmico, o tipo mais comum da doença.
Além da desidratação, o especialista destacou que o calor provoca vasodilatação, o que pode reduzir a pressão arterial e favorecer arritmias cardíacas. “É o coração batendo fora do ritmo”, afirmou Maia, explicando que essas alterações podem levar à formação de coágulos no coração, que acabam chegando ao cérebro pela circulação sanguínea.
Outro fator apontado é o aumento do consumo de bebida alcoólica durante as férias, o que agrava a desidratação e também eleva o risco de arritmia. O médico lembrou ainda que, nesse período, é comum haver negligência com o uso regular de medicamentos e maior incidência de doenças típicas do verão, como gastroenterites, insolação e esforço físico excessivo, elementos que, combinados, ampliam a predisposição ao AVC.
Orlando Maia ressaltou que o tabagismo segue como uma das principais causas externas da doença, ao contribuir tanto para o AVC isquêmico quanto para o hemorrágico. Segundo ele, o estilo de vida moderno, associado ao fumo e a doenças crônicas mal controladas, tem levado ao aumento de casos em pessoas com menos de 45 anos. “Uma em cada seis pessoas vai ter um AVC na vida”, alertou.
A prevenção, de acordo com o especialista, passa por hábitos saudáveis, controle da pressão arterial, prática regular de exercícios, alimentação equilibrada e abandono do cigarro. Maia também enfatizou a importância do atendimento rápido diante dos sintomas. “É uma emergência médica. Quanto antes a pessoa chegar ao hospital, maiores são as chances de tratamento eficaz”, afirmou.
*Com informações de Agência Brasil.
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