Cacau paraense representa mais de 50% da produção nacional e ganha reconhecimento mundial

Maior produtor de cacau do Brasil, o Pará é responsável por 51,80% da produção nacional. Para 2024, a estimativa é colocar no mercado mais de 152 mil toneladas

Com uma estimativa de produção para 2024 superior a 152 mil toneladas de cacau, segundo projeção do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA), feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Pará se consolida como maior produtor de cacau do Brasil, com mais de 31,5 mil produtores e participação de 51,80% na produção nacional.

Em 2023, de acordo com a Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac), o Estado produziu cerca de 150 mil toneladas de amêndoas, o que representa o valor bruto da produção de R$ 2,4 bilhões.

“Esse aumento acontece um pouco a cada ano em função da expansão dos plantios de cacau no Estado, um aumento em torno de 8 mil hectares por ano. A nossa produção, a maior parte dela, cerca de 95%, vai para as indústrias multinacionais localizadas em Ilhéus (Bahia). E esses outros 5%, ou são absorvidos pelas indústrias artesanais de chocolate existentes no Pará ou são exportados para outros países, principalmente Japão e Holanda”, explica Ivaldo Santana, coordenador do Programa de Desenvolvimento da Cadeia Produtiva da Cacauicultura no Pará (Procacau), vinculado à Secretaria de Estado de Desenvolvimento Agropecuária e da Pesca (Sedap).

Quem exporta para o Japão é a Cooperativa Agrícola Mista de Tomé-Açu (Camta). Para a Holanda é a Cooperativa Central de Produção Orgânica da Transamazônica e Xingu (CEPOTX), de produtos orgânicos de cacau, sediada em Altamira. Essas duas cooperativas exportam em torno de 2% a 3% da produção de cacau paraense. O setor já gerou mais de 350 mil empregos diretos e indiretos.

Robson Brogni, produtor de cacau em Medicilândia, premiado no evento internacional, informa que a família possui quatro propriedades de cacau, que produzem em torno de 320 toneladas/ano de cacau comum. Além do cacau, vendido para chocolateiros de todo o Brasil e do Paraguai, Robson também administra, em parceria com a esposa Sarah, uma fábrica de chocolates finos, a “Ascurra Chocolate”, na modalidade “chocolate tree to bar”, quando a produção é desenvolvida desde o cacau até o chocolate e outros derivados.

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