O governo brasileiro lançou na última terça-feira (14), durante a Pré-COP30 em Brasília, o “Compromisso de Belém pelos Combustíveis Sustentáveis”, que prevê a quadruplicação da produção e do uso desses combustíveis até 2035. A proposta, articulada com países como Japão, Itália e Índia, deve ser oficializada na Cúpula do Clima, marcada para novembro em Belém.
A iniciativa se apoia em relatório recente da Agência Internacional de Energia (AIE), que aponta o hidrogênio e seus derivados, biocombustíveis, biogases e combustíveis sintéticos como caminhos para ampliar o uso global de energia limpa. Segundo a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, o Brasil tem potencial para liderar essa transição, devido à sua matriz energética diversificada e majoritariamente renovável.
O presidente da COP30, embaixador André Corrêa do Lago, destacou que o relatório da AIE reforça a importância de multiplicar por quatro o uso de combustíveis sustentáveis. A meta anunciada complementa compromissos firmados na COP28, em 2023, como o de triplicar a capacidade global de energia renovável e dobrar a eficiência energética até 2030.
No mesmo evento, a presidência brasileira da COP30 apresentou um levantamento que identificou 722 iniciativas climáticas lançadas desde a COP21, em Paris. Desse total, 299 foram descontinuadas e 423 seguem ativas, segundo a coordenadora da Agenda de Ação da conferência, Bruna Cerqueira. O mapeamento integra o esforço do país em dar transparência e continuidade às ações climáticas voluntárias de governos, empresas e sociedade civil.
Para orientar os próximos passos, o Brasil estruturou a nova Agenda de Ação da COP30 em torno de 30 objetivos-chave alinhados ao Balanço Global do Acordo de Paris. A proposta busca aproximar metas internacionais das práticas concretas no setor produtivo, como destacou o empresário Dan Ioschpe, Campeão de Alto Nível da conferência. Segundo ele, o modelo permitirá acelerar projetos como os de combustíveis sustentáveis na aviação, unindo oferta, demanda e financiamento.
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