Belém do Pará se destaca como referência na Região Norte — única cidade brasileira com atendimento nutricional estruturado exclusivamente voltado para crianças diagnosticadas com Alergia à Proteína do Leite da Vaca (APLV). O programa, que completou 19 anos na última quinta-feira (12), oferece suporte completo para bebês com a condição, incluindo distribuição gratuita de fórmulas alimentares e acompanhamento clínico-nutricional.
Com base na Unidade Básica de Saúde (UBS) do bairro de Fátima, o serviço reúne uma equipe multiprofissional composta por nutricionistas, farmacêuticas, enfermeiras e assistentes sociais. A abordagem vai muito além da entrega das fórmulas — inclui acolhimento, escuta qualificada, triagem detalhada, prontuário individual e retorno periódico.
Apoio que transforma realidades
Atualmente, 265 crianças com diagnóstico de APLV são atendidas em Belém, além de outras seis que enfrentam alergias alimentares mais complexas. Os beneficiários têm até dois anos de idade e são provenientes de todos os distritos administrativos da capital paraense.
O impacto social do programa é significativo, especialmente para famílias de baixa renda, que não conseguiriam arcar com os custos das fórmulas, que variam entre R$ 119,99 e R$ 301,99.
Reestruturação e regularização do fornecimento
Entre 2023 e o início de 2024, o programa enfrentou instabilidades no fornecimento das fórmulas, o que gerou preocupação e insegurança alimentar para muitas famílias. A situação foi normalizada em fevereiro deste ano, com a regularização dos contratos, pagamento de dívidas herdadas de gestões anteriores e reforço na coordenação técnica.
“Estamos retomando políticas que estavam paralisadas e reorganizando os serviços para garantir um atendimento mais eficiente e acolhedor. A nutrição precisa ser uma ferramenta real de cuidado integral na rede pública”, pontua Tamires Albuquerque, nutricionista e coordenadora da Referência Técnica em Nutrição da Secretaria Municipal de Saúde (Sesma).
Atendimento humanizado e referência no Norte
Para ter acesso ao atendimento, o responsável precisa apresentar um laudo médico com o diagnóstico de APLV — que pode ser emitido tanto por profissionais da rede pública quanto da rede privada — diretamente na UBS de Fátima. No local, é realizada uma triagem nutricional e, se estiver tudo certo, a família já pode sair com as latas de fórmula indicadas para o caso. O pedido também pode ser feito via protocolo na sede da Sesma.
O que causa a alergia ao leite de vaca e como ela afeta a criança
A Alergia à Proteína do Leite de Vaca é uma condição em que o sistema imunológico da criança reage de forma exagerada às proteínas do leite, considerando-as nocivas. Os sintomas variam de leves a graves e incluem cólicas, diarreia, vômitos, refluxo, sangue nas fezes, coceiras, manchas na pele, dificuldade para respirar e, em casos extremos, anafilaxia — uma reação alérgica severa que exige atendimento médico urgente.
Dada a complexidade da condição e seu impacto direto no crescimento e no desenvolvimento infantil, o acompanhamento nutricional e clínico adequado é essencial para garantir qualidade de vida às crianças diagnosticadas com APLV.
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