Belém: as pichações, o descarte irregular do lixo e as enchentes - Estado do Pará Online

Belém: as pichações, o descarte irregular do lixo e as enchentes

O jornalismo do EPOL tem mostrado os esforços para que a capital paraense supere seus problemas e consiga virar a página de tantas mazelas e falta de consciência, tanto por parte dos políticos e empresários, quanto da população. Os desafios devem ser encarados por todos e os benefícios também.

Pichação, descarte irregular de lixo e enchentes são registradas em Belém

A recém-reformada Feira do Açaí, um dos cartões-postais de Belém e palco da cultura popular paraense, amanheceu pichada nos últimos dias, gerando uma onda de indignação e um acalorado debate nas redes sociais. O incidente ocorre em um momento crucial para a capital paraense, que se prepara para sediar a COP 30 em novembro deste ano e busca até lá apresentar uma imagem de organização e cuidado para receber milhares de turistas do mundo inteiro.

As marcas de tinta nos muros e pilares da feira, que passou por um processo de revitalização visando aprimorar sua estrutura e beleza, reacenderam a discussão sobre o limite entre vandalismo e expressão artística. De um lado, cidadãos e autoridades condenam veementemente as pichações, classificando-as como atos de depredação do patrimônio público e desrespeito ao investimento feito na reforma. Há quem argumente que tais atos não apenas desvalorizam o espaço, mas também transmitem uma imagem negativa da cidade para visitantes e futuros delegados da COP 30.

Do outro lado, vozes nas redes sociais defendem as pichações como uma forma de expressão de jovens em situação de exclusão social. Para esses defensores, as pichações seriam um grito por atenção, uma maneira de marcar presença e de comunicar suas realidades em espaços urbanos onde muitas vezes não se sentem representados. A discussão levanta questões complexas sobre políticas públicas voltadas para a juventude, acesso à cultura e o papel da arte nas periferias.


Belém e a luta contra as enchentes e o lixo: desafios persistentes

A polêmica das pichações na Feira do Açaí não é um caso isolado dos desafios urbanos de Belém. A cidade enfrenta problemas urbanos crônicos que se intensificam com a chegada da estação chuvosa. Há anos, uma combinação nefasta de chuvas intensas e marés altas tem provocado o transbordamento dos canais da cidade, transformando ruas em rios e causando transtornos para a população. Moradores de diversos bairros relatam a repetição da cena a cada temporada de chuvas, com casas invadidas pela água, perdas materiais e riscos à saúde pública devido à contaminação.

O cenário é agravado pelo descarte irregular de lixo. É comum observar, em áreas recém-limpas pela Prefeitura de Belém, o acúmulo de entulhos e resíduos em pouquíssimo tempo. Esse ciclo vicioso de limpeza e descarte inadequado entope bueiros e canais, contribuindo significativamente para as enchentes e a proliferação de doenças. A falta de conscientização de parte da população e a necessidade de fiscalização e punição mais efetivas são apontadas como fatores cruciais para a persistência desse problema.

Os desafios de Belém são multifacetados, abrangendo questões urbanísticas, sociais e ambientais. À medida que a cidade se aproxima da COP 30, a urgência em resolver esses problemas se torna ainda maior, não apenas para apresentar uma boa imagem ao mundo, mas, principalmente, para garantir uma melhor qualidade de vida para seus cidadãos.

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