Belém recebe na manhã desta quarta-feira (12) a Barqueata da Cúpula dos Povos, que abre oficialmente as atividades do evento paralelo à COP30. A mobilização reune cerca de 5 mil pessoas em mais de 200 embarcações na Baía do Guajará, em um percurso de 4,5 milhas náuticas com duração aproximada de duas horas.
Caravanas de diversos municípios, estados e países participaram da ação, que teve como ponto de partida a Universidade Federal do Pará (UFPA). O trajeto seguiu pelo rio Guamá até a Vila da Barca, área de palafitas marcada por problemas de saneamento e por disputas territoriais com o avanço da especulação imobiliária. O ato busca chamar atenção para contradições entre as decisões da conferência e a realidade das comunidades mais afetadas pelos impactos ambientais.
Durante o percurso, embarcações exibem faixas e cartazes denunciando o que os organizadores chamam de “falsas soluções climáticas” e pedindo que os povos das águas, das florestas e das periferias sejam reconhecidos como protagonistas na luta por um modelo sustentável. Entre as lideranças presentes está o cacique Raoni, que participa da “Caravana da Resposta”.
De acordo com Iury Paulino, membro da Comissão Política da Cúpula e coordenador do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), o ato pretende evidenciar os impactos de grandes empreendimentos sobre os rios e comunidades ribeirinhas. “Estamos alinhados e achamos que vai ser histórico”, afirmou o dirigente, citando o assoreamento dos rios, as inundações e o deslocamento de populações tradicionais como consequências diretas desses projetos.
A programação da Cúpula segue até domingo (16), com plenárias, oficinas e debates organizados em torno de eixos temáticos como soberania, reparação e transição. No sábado (15), está prevista a Marcha Popular, ato público que deve reunir mais de 20 mil pessoas nas ruas de Belém. O evento será encerrado com a leitura da declaração final dos povos, documento que reunirá as principais propostas e reivindicações discutidas ao longo da semana.
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