Autorização do Ibama à Petrobras para explorar a Foz do Amazonas gera reação internacional às vésperas da COP30 - Estado do Pará Online

Autorização do Ibama à Petrobras para explorar a Foz do Amazonas gera reação internacional às vésperas da COP30

Decisão reacende debate sobre transição energética e coloca o Brasil sob pressão em ano de protagonismo climático

Victor Moryama/ Greenpeace

A poucos meses da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), que será realizada em Belém, a decisão do Ibama de autorizar a Petrobras a realizar perfurações exploratórias na Bacia da Foz do Amazonas gerou forte repercussão nacional e internacional. Ambientalistas, cientistas e organizações civis alertam para o impacto simbólico e ambiental da medida, enquanto o governo e a estatal destacam a importância da pesquisa para a soberania energética brasileira.

A autorização permite que a Petrobras realize testes e perfurações preliminares na Margem Equatorial, uma das regiões com maior potencial para novas descobertas de petróleo no país. O ponto crítico é a localização: área de alta biodiversidade marinha, próxima a ecossistemas protegidos e à foz do maior rio do planeta.

O governo brasileiro reforça que a medida não se trata de exploração comercial imediata, mas de pesquisa para avaliar a presença de petróleo e estudar impactos ambientais. O Ibama ressalta que a autorização seguiu critérios técnicos e condicionantes rigorosos, incluindo monitoramento ambiental e simulações de resposta a vazamentos.

Por outro lado, a decisão foi criticada por ambientalistas e especialistas em clima, que apontam uma contradição entre a autorização e o compromisso do Brasil com a transição energética, especialmente no ano em que o país sediará a COP30. A repercussão internacional também foi negativa, com jornais estrangeiros destacando a aparente incoerência entre a política energética brasileira e seu papel de liderança ambiental.

Analistas afirmam que a medida poderá ser um dos temas mais sensíveis durante a conferência climática, podendo impactar a imagem do Brasil como protagonista na agenda de combate às mudanças climáticas. Ao mesmo tempo, setores empresariais e políticos do Amapá comemoram a decisão, ressaltando o potencial de geração de empregos e aumento da arrecadação.

A polêmica evidencia o dilema brasileiro entre expandir a produção de energia e manter a credibilidade ambiental, colocando o país sob os holofotes às vésperas da COP30.

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