Enquanto Belém recebe debates globais sobre o clima durante a COP30, uma voz que nasce dos rios do Marajó ganha espaço na programação oficial do evento. A artista e ativista ambiental Josy Aruana, do município de Afuá, no Marajó, teve a fotografia de sua performance “O Último Suspiro dos Rios” selecionada para compor a projeção “Imagens para adiar o fim do mundo”, realizada pelo Festival de Fotografia de Paranapiacaba no Museu da Universidade Federal do Pará (MUFPA).
A obra faz parte de uma série criada por Josy às margens dos rios marajoaras. Na performance, ela encarna o próprio curso d’água sufocado pela poluição: a pescadora que lança a rede e encontra somente plástico; o corpo que tenta respirar enquanto uma sacola o envolve; o rosto escondido sob uma máscara que simboliza a contaminação; e, por fim, a imagem do leito morto, quando a artista se deita na lama para representar um rio que já não resiste às agressões ambientais.
Em suas redes sociais, Josy celebrou a inclusão do trabalho na programação da COP30 e destacou o propósito da obra.
“Muito feliz de saber que essa fotografia está integrando a projeção ‘Imagens para adiar o fim do mundo’. Inspirada no pensamento de Ailton Krenak, essa mostra busca despertar a consciência ambiental por meio da força das imagens”, escreveu.
A artista explica que a fotografia faz parte da performance completa, que denuncia de forma simbólica a degradação dos rios amazônicos.
“Nela, encarnei um rio agonizante, sufocado por sacolas plásticas, contaminado por resíduos, e finalmente deitado como um corpo exaurido na lama, simbolizando um rio morto que já não resiste às agressões humanas.”
Programação:
A exposição reúne trabalhos de fotógrafos e artistas visuais de diversas regiões do país, sob curadoria de João Kulcsar. As projeções estão abertas ao público no MUFPA até 3 de dezembro, de terça a sexta-feira, das 9h às 16h.
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