A maior árvore do Brasil, um angelim-vermelho (Dinizia excelsa) de 88,5 metros de altura e estimados 400 a 600 anos, localiza-se na Floresta Estadual do Paru, no oeste do Pará. Especialistas destacam que gigantes como esta, descobertas recentemente na Amazônia, possuem uma capacidade excepcional de capturar gás carbônico (CO₂) e desempenham um papel crucial na regulação do clima, mas sua proteção ainda é um desafio.
Descobertos em 2019 e mapeados com mais intensidade a partir de 2022, os angelins-vermelhos gigantes podem ultrapassar 80 metros, o dobro da altura média das árvores amazônicas. De acordo com o pesquisador Diego Armando Silva, do Instituto Federal do Amapá (IFAP), essa característica implica uma capacidade potencialmente dobrada de absorver carbono da atmosfera, tornando-as peças fundamentais para a mitigação das mudanças climáticas.
Apesar de seu valor científico, essas árvores centenárias enfrentam ameaças. A diretora executiva da Rede Pró-Unidades de Conservação, Ângela Kuczach, alerta que muitas delas estão fora de áreas protegidas e que a exploração comercial do angelim-vermelho é permitida. Em setembro de 2024, foi criado o Parque Estadual Ambiental das Árvores Gigantes da Amazônia (Pagam), uma unidade de conservação de proteção integral com 560 hectares, como resposta à pressão de ambientalistas.
Do lado do poder público, o presidente do Ideflor-Bio, Nilson Pinto, afirmou que as ações para implementação do Pagam estão em andamento, incluindo a formação de um Conselho Gestor. Ele destacou que a fiscalização na região é forte e que o difícil acesso às árvores gigantes oferece uma proteção extra, negando a existência de desmatamento no local específico do parque.
Leia também:
Deixe um comentário