A Assembleia Legislativa do Estado do Pará (Alepa) aprovou, por unanimidade, nesta terça-feira (16), um projeto de lei que reconhece a lambada como patrimônio cultural e imaterial do Pará. A proposta, registrada sob o nº 455/2023 e apresentada pela deputada estadual Lívia Duarte (PSOL), agora segue para apreciação e sanção do governador Helder Barbalho (MDB).
O texto aprovado destaca que a lambada começou a se consolidar no Pará a partir da década de 1970, a partir de uma mistura de influências musicais vindas do Caribe, como a cumbia e o merengue, que chegavam ao estado principalmente por meio das rádios AM. O surgimento do gênero é associado a obras consideradas fundamentais para sua formação, como a música “Lambada Sambão”, de Pinduca, e o disco “Lambada das Quebradas”, do músico Vieira, referências na construção do estilo.
Na década de 1980, a lambada rompeu as fronteiras regionais e ganhou projeção nacional e internacional. Artistas como Beto Barbosa e Alípio Martins contribuíram para popularizar o ritmo no Brasil, enquanto o grupo Kaoma levou a lambada ao cenário mundial, transformando-a em um fenômeno global.
Além da música, a dança da lambada também carrega forte herança cultural paraense. Suas bases vêm do carimbó, adaptado para a execução em pares abraçados, com a incorporação de elementos da polca no passo principal e movimentos marcantes como o pião, o balão apagado e figuras inspiradas no maxixe.
Com a aprovação da lei, a lambada passa a integrar oficialmente o rol de manifestações reconhecidas como bens culturais do Pará, reforçando sua importância histórica e seu papel na construção da identidade cultural do povo paraense.
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