Álamo Facó apoia ocupação indígena na SEDUC e critica corte no orçamento da educação no Pará; veja

No vídeo, Álamo explica os motivos que levaram lideranças indígenas a organizarem o ato, que ocorre desde 14 de janeiro, destacando cortes no orçamento destinado à educação indígena no estado e mudanças no modelo de ensino

Créditos: ondejacyviu

O ator e dramaturgo Álamo Facó utilizou suas redes sociais para manifestar apoio à ocupação indígena na Secretaria de Educação do Pará (SEDUC), em Belém.

No vídeo, Álamo explica os motivos que levaram lideranças indígenas a organizarem o ato, que ocorre desde 14 de janeiro, destacando cortes no orçamento destinado à educação indígena no estado e mudanças no modelo de ensino que, segundo ele, desrespeitam as especificidades culturais dos povos originários.

“O orçamento da educação indígena, que já era baixo, de R$ 3,4 milhões em 2024, foi reduzido para apenas R$ 500 mil em 2025. Além disso, o Sistema de Organização Modular de Ensino Indígena (SOMEI), que funcionava muito bem, não foi incluído na nova legislação”, explicou o ator, referindo-se à Lei 10.820, sancionada em 18 de dezembro de 2024.

Segundo Álamo, o SOMEI era essencial para viabilizar o ensino presencial em comunidades remotas, permitindo o revezamento de professores e cobrindo despesas de deslocamento e hospedagem. Ele criticou a nova legislação, que, além de reduzir os recursos, propõe o ensino a distância por meio de aulas gravadas e exibidas pela televisão, algo que o ator considera inviável e incompatível com a realidade das aldeias.

“Nas aldeias, nada é quadrado, tudo é circular. A ideia de substituir o ensino presencial por aulas gravadas é desrespeitosa e inviável. Como uma criança ou jovem vai interagir com uma televisão ou tirar suas dúvidas?”, questionou Facó.

O ator também mencionou a violência enfrentada pelos indígenas durante a ocupação, incluindo ataques por motoqueiros encapuzados que arrancaram bandeiras das lideranças em protesto. Ele destacou a resistência dos povos indígenas diante de uma situação que considera grave para o futuro das comunidades.

“Esses guerreiros estão lutando pelo direito de seus filhos estudarem e se formarem. Eles querem participar do mundo competitivo de hoje, mas, para isso, precisam de uma educação de qualidade e que respeite suas especificidades culturais. A luta deles é urgente e legítima”, afirmou.

Álamo Facó convocou seus seguidores a pressionarem o governador do Pará pela revogação da Lei 10.820 e pela retomada de um modelo educacional que contemple as necessidades das comunidades indígenas e quilombolas.

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