Quatro advogados foram presos nesta quinta-feira (6) em Manaus, suspeitos de atuar como intermediários entre lideranças do Comando Vermelho (CV) e integrantes da facção fora do sistema prisional. As prisões ocorreram durante a Operação Roque, conduzida pela Força Integrada de Combate ao Crime Organizado do Amazonas (Ficco/AM).
Além das prisões, a ação cumpriu cinco mandados de busca e apreensão em residências e escritórios dos investigados. De acordo com a Polícia Federal, foram apreendidos equipamentos eletrônicos, documentos, mídias digitais e dinheiro em espécie, que passarão por análise pericial.
A investigação aponta que os advogados usavam a prerrogativa profissional para mascarar comunicações ilícitas, transmitindo recados e deliberações estratégicas de dentro das prisões. Segundo a PF, o grupo também teria facilitado repasses financeiros e manutenção da hierarquia criminosa, simulando atividades advocatícias para burlar a fiscalização.
A Operação Roque é um desdobramento da Xeque-Mate, deflagrada em outubro, que revelou a participação de contadores em um esquema de lavagem de dinheiro do CV. Um dos mandados desta nova fase foi cumprido justamente em um escritório de contabilidade ligado à facção, que tem expandido sua atuação para outras regiões do país.
A Xeque-Mate, por sua vez, teve origem na Operação Torre, que, em 2024, identificou o dono de parte de um carregamento de mais de duas toneladas de drogas apreendido em Manaus. À época, a PF descreveu o uso de fintechs, empresas de fachada e estruturas paralelas de pagamento para ocultar lucros ilícitos.
A Ficco/AM é formada por diversos órgãos de segurança, incluindo a Polícia Federal, a Polícia Rodoviária Federal e as polícias Civil e Militar do Amazonas, além das secretarias estadual e municipal ligadas às áreas de segurança e administração penitenciária.












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