Internada no Hospital Oncológico Infantil Octávio Lobo para tratamento de um tumor cerebral, a jovem Lara Ciriaco, de 18 anos, realizou nesta sexta-feira, 12, uma formatura simbólica do Ensino Médio diretamente de seu leito. A iniciativa surgiu após o pedido da adolescente, que ficou angustiada por não conseguir comparecer à cerimônia oficial da escola, realizada um dia antes, em Novo Repartimento, no sudeste do Pará.
Lara está internada após ser diagnosticada com um meningioma, tumor benigno que atinge as meninges, tecidos do sistema nervoso central. As primeiras crises começaram em novembro, embora a jovem levasse uma vida tranquila até então. A formatura, aguardada com ansiedade, era um momento especial para ela, que participou de toda a organização do evento escolar.
“Foi interrompido um fechamento de um ciclo importante da vida com chave de ouro. Recebi o diagnóstico como um ‘choque’ e senti um ‘baque’ por não estar presente na cerimônia com meus colegas, vivendo o grande dia. Eu estava ansiosíssima, participei de toda a organização do evento, trocamos a festa por uma viagem dos estudantes com alguns professores. Fui atrás da casa em Salinas, do ônibus”, contou Lara.
Diante da frustração da estudante, a equipe de Humanização do hospital decidiu organizar a cerimônia simbólica. Capelo, canudo, certificado, bolo e até um presente foram providenciados para marcar a ocasião, realizada no leito 106-B, onde Lara recebe cuidados da equipe multidisciplinar.

“Embora os pacientes estejam hospitalizados, o nosso desejo é que se recuperem e retornem à sociedade sem impactos negativos, por isso promovemos a socialização e fortalecemos a interação entre familiares e profissionais. Nosso compromisso é assegurar os direitos deles enquanto cidadãos e oferecer, mesmo dentro do contexto do tratamento médico, e do ambiente hospitalar, a melhor qualidade de vida possível”, destacou a coordenadora de Humanização, Natacha Cardoso.
Para Lara, a celebração representou mais do que o encerramento da vida escolar, foi também um gesto de acolhimento em meio ao tratamento.
“Eu me senti realizada e acolhida, percebi a atenção e que as pessoas se importavam com a minha angústia. Independente do que estou passando, mantenho o pensamento positivo e acredito que tudo vai dar certo”, disse.
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