Achado arqueológico em obra da Nova Doca começa a ser resgatado para exposição no Mangal das Garças

A área onde a proa foi encontrada era um antigo entreposto econômico e portuário, hoje transformado em um bairro comercial e residencial. A embarcação será submetida a processos de conservação e restauro

Foto: divulgação

A proa de uma embarcação metálica antiga, descoberta durante as obras da Nova Doca, em Belém, começou a ser resgatada nesta quarta-feira (18) com o acompanhamento da Secretaria de Estado de Obras Públicas (Seop). O achado arqueológico, datado possivelmente do final do século XIX, será preservado e exposto no Memorial Amazônico da Navegação, no Mangal das Garças, após aprovação e orientação do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

O arqueólogo Kelton Mendes, responsável pelo monitoramento arqueológico da obra, explicou que a retirada da embarcação seguiu um rigoroso protocolo estabelecido pelo Iphan, que incluiu a criação de um plano metodológico de escavação e documentação detalhada. “Estamos realizando o salvamento arqueológico, coletando dados como mapeamento, registro fotográfico e desenho técnico, para garantir a preservação desse patrimônio”, afirmou Mendes.

Valorização histórica

De acordo com o Iphan, o resgate dessa embarcação oferece uma oportunidade para refletir sobre o desenvolvimento urbano de Belém e as mudanças nas relações da cidade com seus rios e igarapés, que antes eram rotas de transporte essenciais. A área onde a proa foi encontrada era um antigo entreposto econômico e portuário, hoje transformado em um bairro comercial e residencial.

A embarcação será submetida a processos de conservação e restauro, e ficará exposta no Memorial Amazônico da Navegação, no Mangal das Garças. O Museu do Estado do Pará (MEP) também está envolvido no projeto, garantindo que o material histórico receba o tratamento necessário para sua preservação.

Avanço das obras da Nova Doca

As obras da Nova Doca, com 26% dos serviços concluídos até agora, seguem dentro do cronograma, com previsão de entrega para 2025, como parte dos legados da COP 30. A engenheira responsável, Thaís Ribeiro, informou que o acompanhamento arqueológico é realizado diariamente desde o início das intervenções. “Após o achado, seguimos com as atividades de forma controlada, e esperamos concretar a laje do módulo 1 até o final de setembro”, destacou.

A descoberta da proa reforça a importância do monitoramento arqueológico em grandes obras e oferece uma nova peça de reflexão sobre a história de Belém e suas conexões com a navegação fluvial.

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