Açaí do Pará vira febre mundo afora e empresários comemoram

Reprodução: Xingu Fruit/Castanhal.

O Brasil é o maior produtor mundial de açaí e mais de 90% da produção é do Pará, que também é o seu principal mercado consumidor.

Em 2022, o Pará exportou mais de 8,158 mil toneladas do fruto, movimentando mais de US$ 26,5 milhões (R$ 133,8 milhões), segundo dados da Federação das Indústrias do Estado do Pará (Fiepa) e do Centro Internacional de Negócios do Pará (CIN).

As exportações de derivados do açaí cresceram exponencialmente nos últimos anos. Apenas entre 2019 e 2022, o aumento foi de 132,5%, segundo cálculos das duas entidades baseados no Comex Stat (plataforma de dados de comércio exterior do governo federal).

Os principais importadores hoje são Estados Unidos, Japão, Austrália e países europeus, mas há um interesse crescente em outros mercados do oriente, sobretudo China, Singapura e Índia.

“É diferente de tudo que já provei, parece uma sobremesa, mas vale por uma refeição. Sempre trago uma amiga para experimentar açaí depois da academia”, diz a contadora Emily Clark ao sair de uma lanchonete no centro de Chicago com uma tigela.

Já o jornalista Douglas Toh se espanta ao saber que o açaí é consumido diariamente no norte do Brasil, em Singapura uma tigela não sai por menos de R$ 40 na moeda local e apesar do fruto ter virado uma febre em seu país, só dá para comprá-lo de vez em quando.

“Muitos estrangeiros e brasileiros acabam fazendo negócios lá fora. Temos clientes na Califórnia que montaram uma loja e ajudaram a divulgar o produto. Um outro foi para Dubai, nos Emirados Árabes, e apresentou o açaí”, conta Uberlândio dos Santos, sócio da paraense Xingu Fruit. “O mercado aceita muito bem, ele se torna interessante onde chega.”

A empresa de Santos trabalha com cooperativas e grandes produtores, recebe o fruto e faz polpa, sorbet (sobremesa sem leite) e sorvete. 65% das vendas são para o mercado nacional e o restante é para exportação.

“O mercado nacional cresce muito mais rápido, já que muitas cidades do Brasil ainda estão descobrindo o produto, mas o volume de exportação também vem aumentando”, conclui.

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