A Conferência das Partes (COP) é o encontro da Convenção-Quadro das Nações Unidas (ONU) sobre Mudança do Clima, realizado anualmente por representantes de vários países com objetivo de debater as mudanças climáticas, encontrar soluções para os problemas ambientais que afetam o planeta e negociar acordos.
Durante a COP1 em Berlim, que contou com representantes de 117 países, foi estabelecido o Mandato de Berlim, cujo foco principal foi o consenso de todos os países em se tomar ações mais seguras e ativas quanto à redução do efeito estufa.
Veja a lista de cidades que já sediaram a COP:
- COP 1 – Berlim, Alemanha, 1995
- COP 2 – Genebra, Suíça, 1996
- COP 3 – Quito, Japão, 1997
- COP 4 – Buenos Aires, Argentina, 1998
- COP 5 – Bonn, Alemanha, 1999
- COP 6 – Haia, Países Baixos, 2000
- COP 6-2 – Bonn, Alemanha, 2001
- COP 7 – Marrakech, Marrocos, 2001
- COP 8 – Nova Delhi, Índia, 2002
- COP 9 – Milão, Itália, 2003
- COP 10 – Buenos Aires, Argentina, 2004
- COP 11 – Montreal, Canadá, 2005
- COP 12 – Nairobi, Quênia, 2006
- COP 13 – Bali, Indonésia, 2007
- COP 14 – Poznan, Polônia, 2008
- COP 15 – Copenhague, Dinamarca, 2009
- COP 16 – Cancun, México, 2010
- COP 17 – Durban, África do Sul, 2011
- COP 18 – Doha, Catar, 2012
- COP 19 – Varsóvia, Polônia, 2013
- COP 20 – Lima, Peru, 2014
- COP 21 – Paris, França, 2015
- COP 22 – Marrakech, Marrocos, 2016
- COP 23 – Bonn, Alemanha, 2017
- COP 24 – Katowice, Polônia, 2018
- COP 25 – Madrid, Espanha, 2019
- COP 26 – Glasgow, Reino Unido, 2021
- COP 27 – Sharm el-Sheikh, Egito, 2022
Em 2022, a Coca-Cola foi a patrocinadora do evento que aconteceu no Egito. Mas, o financiamento da companhia gerou desconforto entre organizações ambientais e ativistas climáticos por ser uma das maiores usuárias e produtoras de plástico do mundo.
A empresa produz 200 mil garrafas de plástico por minuto. Por hora, são 12 milhões de garrafas plásticas que serão descartadas no meio ambiente. No ano passado, uma auditoria realizada pela Break Free From Plastic, movimento global com mais de 11 mil organizações em 50 países, apontou a Coca-Cola como a maior poluidora de plástico do mundo.
Cerca de 99% do plástico global é produzido por combustíveis fósseis, um dos principais poluidores do ar e vilões do aquecimento global. Além disso, os plásticos são as principais fontes de poluição dos oceanos e por estragos no habitat aquático.
O Greenpeace se manifestou dizendo que “era chocante a COP 27 escolher o maior poluidor de plástico do mundo como patrocinador”.
Uma petição com mais de 230 mil assinaturas pediu que a ONU retire a Coca-Cola da lista de patrocinadores.
COP 28 – Dubai, Emirados Árabes Unidos, 2023
Os Emirados Árabes Unidos é um dos países que têm o petróleo e o gás natural como fontes primordiais para seu desenvolvimento e manutenção. A geração dos dois emite gás carbônico (CO2), o maior responsável pela atual situação climática.
Com uma população de 9 milhões de habitantes, os Emirados Árabes emitiram 237 milhões de toneladas de CO2 em 2021. Ele não está entre os mais poluentes, em valores absolutos, mas tem uma poluição expressiva quando comparado à sua população.
O que é o gás carbônico CO2?
É o gás responsável por cerca de 60% do efeito-estufa, cuja permanência na atmosfera é de pelo menos centenas de anos, o dióxido de carbono é proveniente da queima de combustíveis fósseis (carvão mineral, petróleo, gás natural, turfa), queimadas e desmatamentos, que destroem reservatórios naturais e sumidouros, que tem a propriedade de absorver o CO2 do ar.
Como é gerada a energia em Dubai?
A principal fonte de geração de energia elétrica em Dubai é o gás natural, seguido do vapor d’água das termelétricas e, em menor quantidade, de fontes renováveis como a energia solar.
O que é energia termoelétrica?
A energia termoelétrica é a eletricidade obtida por meio da conversão de energia térmica em energia elétrica. Esse processo acontece dentro de usinas e tem início com a queima de um determinado material, como combustíveis fósseis ou biomassa, para a obtenção de calor. Esse calor em geral é vindo da queima de combustíveis fósseis, como carvão mineral, gás natural ou derivados do petróleo.
O que é energia renovável e não renovável?
A energia renovável é aquela produzida por fontes que conseguem ser restabelecidas na natureza. Por exemplo: você consegue imaginar que o vento e a luz solar possam acabar um dia? Não, e é por isso que eles são considerados fontes inesgotáveis, diferentemente do petróleo, que é um recurso finito.
Outra característica das fontes renováveis de energia é seu baixo ou nulo impacto ambiental, ou seja, são recursos sustentáveis que não liberam gases do efeito estufa na atmosfera ou afetam a fauna e a flora local.
Já as fontes de energia não renováveis, significa que elas não são capazes de se regenerar ao longo do tempo. Um exemplo é o petróleo, uma riqueza que pode se esgotar, já que é proveniente da decomposição de matéria orgânica ao longo de milhões de anos.
A produção de energia por fontes de energia não renováveis libera gases tóxicos na atmosfera. Por isso, não são opções sustentáveis e vão na contramão de ações ecológicas.
COP 29 – Baku, Azerbaijão, 2024
A Cúpula que ocorrerá de 11 a 22 de novembro deste ano, será a segunda conferência climática seguida a ser sediada em um país que é grande produtor de petróleo.
O gás natural ainda constitui a principal fonte de energia utilizada no país, que apresenta uma ampla rede de cobertura elétrica. Os combustíveis fósseis atingem quase 95% da energia no Azerbaijão.
O Azerbaijão também vem com forte presença de petróleo, é país é membro da Opep+, que conta com os membros da Opep e produtores de petróleo aliados.
O que é a OPEP+?
O grupo “oficial” da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) é composto por 13 países e foi fundado na década de 1960. Já a Opep+ é a extensão do maior cartel de petróleo do mundo e entidade fundamental para definir os rumos do preço da commodity.
Ministro da Ecologia do Azerbaijão, sede da conferência deste ano, Mukhtar Babayev trabalhou mais de 20 anos na petroleira estatal.
COP 30 – Belém, Brasil, 2025.
O Pará, estado que sediará a COP-30, é o Estado da Amazônia Legal que mais desmata a floresta, Liderando o ranking de desmatamento do bioma desde 2006.
Dados do Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal por Satélite (Prodes) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) mostram que uma área de 166.774 km² da Amazônia foi devastada no Pará desde o início da série histórica, iniciada em 1988 (Governo José Sarney), a 2022 (Fim do Governo Jair Bolsonaro). Somente no último ano, foram 4.162 km².
Veja abaixo a área de desmatamento acumulado nos Estados da Amazônia Legal:
- Pará: 166.774 km² (sede da COP-30)
- Mato Grosso: 152.078 km²
- Rondônia: 66.103 km²
- Amazonas: 33.384 km²
- Maranhão: 26.374 km²
- Acre: 17.508 km²
- Roraima: 9.188 km²
- Tocantins: 8.790 km²
- Amapá: 1.670 km²
Estado e municípios que mais desmatam
O Pará tem seis dos vinte municípios da Amazônia Legal que mais desmataram, segundo a pesquisa do Inpe feita em agosto de 2023. São eles: Altamira (111,54 km²), São Félix do Xingu (61,71 km²), Medicilândia (44,1 km²), Itaituba (43,45 km²), Portel (39,57 km²) e Jacareacanga (39,44 km²).
O estado também possui quatro das áreas de proteção ambiental mais ameaçadas: a Área de Proteção Ambiental Tapajós, Floresta Nacional Altamira, Estação Ecológica Terra do Meio e a Floresta Nacional Jamanxim.
Em última pesquisa levantada, dados do Inpe mostram desmatamento nas Unidades de Conservação Federais de janeiro a março de 2023 e, também, em todo o ano de 2022.
Os dados acima foram divulgados pelo Inpe, com levantamento do sistema Deter, que monitora os alertas de desmatamento na Amazônia Legal.
A COP-15, realizada em Copenhague, Dinamarca, 2009, estabeleceu o compromisso que a partir de 2020, os países desenvolvidos levantariam, conjuntamente, US$ 100 bilhões (dólares) por ano, que seriam destinados ao financiamento climático. Esse valor seria repassado dos países ricos aos países em vulnerabilidade.
O objetivo foi reforçado na COP-21, Paris, em 2015. Apesar disso, os países não o cumpriram em 2020, primeiro ano de duração da meta. Governos, empresas e organizações de nações desenvolvidas reconheceram nas últimas COPs que liberaram recursos, mas eles não chegaram ao patamar de US$ 100 bilhões anuais.
A promessa passou para 2023, em Dubai, na COP-28, porém também não foi cumprida.
A COP resolve ou não resolve?
O que mais causa estranheza é o fato de que todas as últimas sedes da COP têm alguma contribuição totalmente contrária ao que a reunião objetiva. Assim sendo, a conscientização realmente funciona? Ou é apenas para os outros países obedecerem? Ficamos com esse questionamento.
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