Indígenas da etnia Awaeté Parakanã contestam a decisão da Prefeitura de Novo Repartimento de não reconhecer o notório saber de seus professores, o que inviabiliza a contratação de educadores indígenas para atuar nas comunidades. A medida, segundo as lideranças, desrespeita a legislação que garante esse direito e contradiz promessas feitas pelo gestor municipal durante a campanha eleitoral.
O Cacique Dos Awaeté declarou que a comunidade não aceitará a exclusão de seus profissionais da educação e exige a contratação dos professores indígenas. “Nós temos nossa lei e nosso direito. Queremos que organizem e melhorem nossas escolas. Nosso povo é inteligente, não somos bobos”, afirmou. Ele ressaltou que, caso a prefeitura não atenda às reivindicações, a comunidade não assinará contratos que prejudiquem seus direitos.
A liderança educacional Tarana Awaeté também criticou a postura da administração municipal, classificando a situação como um ato de perseguição contra os povos indígenas. Segundo ele, os recursos destinados à educação indígena não estão sendo devidamente aplicados. O 2° Cacique Ikama Awaeté reforçou a indignação: “Não somos bichos, somos todos iguais, só a língua que muda. Vamos correr atrás dos nossos direitos”.
A mobilização acontece após uma luta estadual que levou à revogação de uma medida semelhante. Atualmente, 26 indígenas Awaeté Parakanã cursam licenciatura em educação do campo e temem que a decisão da prefeitura comprometa sua formação e o futuro do plano educacional indígena na região. Seis caciques participaram de uma reunião para discutir o tema e reforçaram que a medida da Secretaria de Educação municipal caracteriza racismo institucional.
A equipe do Estado do Pará Online tentou contato com a prefeitura de Novo Repartimento para solicitar um posicionamento sobre o caso, porém, não obtivemos retorno.
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