Violência armada na Grande Belém registra aumento de 37% em tiroteios e 22% em vítimas

Relatório de janeiro de 2025 do Instituto Fogo Cruzado aponta 63 tiroteios, com 50 mortos e 16 feridos; ações policiais são a principal motivação

Ilustrativa / Reprodução

A região metropolitana de Belém registrou 63 tiroteios em janeiro de 2025, resultando em 66 pessoas baleadas, das quais 50 morreram e 16 ficaram feridas. Os dados, divulgados pelo Instituto Fogo Cruzado nesta terça-feira (11), mostram um aumento de 37% no número de tiroteios e de 22% no total de vítimas em comparação com o mesmo período de 2024.

Entre as vítimas, 19 pessoas negras foram mortas e seis ficaram feridas, enquanto 12 pessoas brancas morreram e duas foram feridas. Além disso, 19 mortos e oito feridos não tiveram a raça identificada. Quanto à faixa etária, 48 adultos foram mortos e 16 ficaram feridos, além de dois adolescentes mortos, três feridos, duas crianças e um idoso atingidos. Confira a relação por município:

  • Belém: 27 tiroteios, 18 mortos e 11 feridos
  • Ananindeua: 12 tiroteios, 9 mortos e 2 feridos
  • Marituba: 12 tiroteios, 10 mortos e 3 feridos
  • Castanhal: 5 tiroteios e 6 mortos
  • Barcarena: 4 tiroteios e 5 mortos
  • Benevides: 1 tiroteio
  • Santa Bárbara do Pará: 1 tiroteio e 1 morto
  • Santa Izabel do Pará: 1 tiroteio e 1 morto

O dia 8 de janeiro foi o mais letal, com cinco tiroteios e oito mortos, enquanto o dia 9 registrou o maior número de feridos, com nove no total. Destaque também para o caso de Jully Roberta Santos de Vilhena, mulher trans de 22 anos morta em Marituba no dia 29 de janeiro. Ela havia desaparecido no dia 22 de janeiro.

“O Brasil é um dos países que mais contabilizou assassinatos de pessoas trans no mundo. Quando registramos esses casos damos visibilidade a um problema que é crônico e que precisa da atenção do poder público”, afirma Dandara Rudsan, porta-voz do Fogo Cruzado no Pará.

O relatório completo está disponível na plataforma do Fogo Cruzado.

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