A terceirização da gestão dos hospitais públicos por meio de Organizações Sociais (OSs) tem gerado sérias dificuldades no Pará, afetando tanto os profissionais de saúde quanto a qualidade do atendimento à população.
Diante desse cenário, médicos e representantes do Sindicato dos Médicos do Pará (Sindmepa) se reuniram em Assembleia Geral Extraordinária (AGE) na última sexta-feira (7) para debater os impactos negativos desse modelo de administração e reforçar a mobilização da categoria contra a precarização da saúde pública.
Atrasos salariais e falta de insumos
Durante a AGE, médicos de diversos hospitais do estado relataram atrasos e calotes nos pagamentos, escassez de medicamentos e insumos, além de casos de assédio moral contra profissionais da saúde. A falta de transparência no uso dos recursos públicos destinados às OSs tem gerado grande insatisfação.
Os profissionais denunciaram que, ao término dos contratos com essas organizações, muitos deixaram de receber seus salários, comprometendo sua atuação. Além disso, a falta de estabilidade e a perda de direitos trabalhistas tornam o trabalho na saúde pública cada vez mais precário.
Outro problema grave apontado foi a ausência de fiscalização eficiente, permitindo má gestão nos hospitais administrados por OSs. Com isso, unidades hospitalares enfrentam escassez de insumos básicos, comprometendo o atendimento aos pacientes e sobrecarregando os profissionais de saúde.
Diante dos relatos, o Sindmepa reafirmou sua posição contrária à administração terceirizada dos hospitais públicos e cobrou medidas urgentes das autoridades para garantir um controle mais rigoroso sobre a aplicação dos recursos da saúde.
Posicionamento da Sespa
Em resposta à reportagem do EPOL, a Sespa afirmou que os pagamentos já foram repassados às OSs e afirma que o estoque de medicamentos e insumos está abastecido. Confira:
A Secretaria de Estado de Saúde Pública do Pará (Sespa) esclarece que o pagamento referente ao mês de dezembro de 2024 e janeiro de 2025 já foi repassado para todas as Organizações Sociais do Estado, dentro do prazo legal estabelecido.
Com relação às denúncias sobre a ausência de medicamentos e insumos são inverídicas. Em relação às supostas acusações de assédio moral contra os colaboradores, até o momento, nenhuma queixa foi encaminhada à equipe de administração do hospital Santa Rosa.
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