A nove meses da realização da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), em Belém, o prazo estabelecido no Acordo de Paris para a entrega da terceira geração das Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs) termina nesta segunda-feira (10). Dos 197 países signatários do tratado, apenas dez atualizaram suas metas para a redução das emissões de gases do efeito estufa.
Neste ano, o Acordo de Paris, que visa limitar o aquecimento global a 1,5°C acima dos níveis pré-industriais, completa dez anos. No entanto, os países ainda têm falhado em atingir as ambições estabelecidas. Segundo o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), será necessário reduzir as emissões de gases do efeito estufa em 57% até 2035 para estabilizar a temperatura global nesse nível.
Em janeiro, o secretário-geral da ONU, António Guterres, ressaltou a urgência de os países implementarem planos para reduzir as emissões em 60% até 2035, com metas claras para diminuir a produção e o consumo de combustíveis fósseis. Guterres também destacou a colaboração estreita com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, anfitrião da COP30, para impulsionar essas ações.
Brasil e outros países ajustam suas NDCs
O Brasil, que responde por 2,45% das emissões globais, foi o segundo país a atualizar sua NDC, logo após os Emirados Árabes Unidos. O país compromete-se a reduzir suas emissões de 59% a 67% até 2035, com base nos níveis de 2005, o que resultará em uma emissão líquida anual de 850 milhões a 1,05 bilhão de toneladas de CO2e.
Os Emirados Árabes Unidos, com 0,51% das emissões globais, apresentaram uma meta mais modesta, com redução de 47% até 2035, comparado a 2019. Já os Estados Unidos, que representam 11,25% das emissões globais, comprometeram-se a reduzir suas emissões em 61% a 66% até 2035, com base em 2005.
Outros países também se destacaram em suas atualizações, como o Uruguai, que se comprometeu a limitar suas emissões até 2035, com limites específicos para dióxido de carbono (CO2), metano (CH4) e óxido nitroso (N2O), além de metas condicionadas que poderiam reduzir ainda mais essas emissões.
Novas atualizações de NDCs
Nos primeiros meses de 2025, outros seis países, incluindo Suíça, Reino Unido, Nova Zelândia, Andorra, Equador e Santa Lúcia, também apresentaram suas metas climáticas. O Reino Unido, com 0,72% das emissões globais, destacou-se com um compromisso de reduzir suas emissões em até 81% até 2035, enquanto a Suíça propôs uma redução de 65%.
Em Andorra e Santa Lúcia, que têm emissões baixas, as metas de redução também foram ampliadas, com Andorra comprometendo-se a reduzir suas emissões em 63%, enquanto Santa Lúcia visou uma redução de até 32%, com base em suas capacidades de geração de energia geotérmica.
Compromisso global com o net zero
Esses dez países, que juntos representam 15,3% das emissões globais, reafirmaram o compromisso de alcançar o “net zero” até 2050, o que significa equilibrar as emissões com a remoção de gases da atmosfera, por meio de medidas como restauração de vegetação nativa e o mercado de carbono.
Com informações de Agência Brasil
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