Belém tem a segunda maior alta na cesta básica entre capitais

O aumento foi de 4,80%, ficando atrás apenas de Salvador, que teve uma variação de 6,22%. Fortaleza aparece em terceiro lugar, com 3,96%.

Belém registrou a segunda maior alta no custo da cesta básica entre as capitais brasileiras em janeiro deste ano, segundo levantamento do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). O aumento foi de 4,80%, ficando atrás apenas de Salvador, que teve uma variação de 6,22%. Fortaleza aparece em terceiro lugar, com 3,96%.

Em contrapartida, quatro cidades apresentaram redução nos preços: Porto Alegre (-1,67%), Vitória (-1,62%), Campo Grande (-0,79%) e Florianópolis (-0,09%). A cesta básica mais cara foi registrada em São Paulo, onde os itens somam R$ 851,82, o que corresponde a 60% do salário mínimo vigente, de R$ 1.518.

O Dieese também apontou que, para suprir as despesas básicas de uma família de quatro pessoas, o salário mínimo deveria ser de R$ 7.156,15. Em comparação, um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgado em dezembro indicou que a renda média do trabalhador brasileiro em outubro de 2024 foi de R$ 3.279,00.

Os custos da cesta básica variam significativamente entre as regiões. No Sul e Sudeste, Florianópolis registrou um valor médio de R$ 808,75, seguido pelo Rio de Janeiro (R$ 802,88) e Porto Alegre (R$ 770,63). Outras capitais como Curitiba (R$ 743,69), Vitória (R$ 735,31) e Belo Horizonte (R$ 717,51) também apresentaram preços elevados, mas foram superadas por Campo Grande (R$ 764,24), Goiânia (R$ 756,92) e Brasília (R$ 756,03). Já no Norte e Nordeste, as capitais pesquisadas tiveram valores mais baixos: Fortaleza (R$ 700,44), Belém (R$ 697,81), Natal (R$ 634,11), Salvador (R$ 620,23), João Pessoa (R$ 618,64), Recife (R$ 598,72) e Aracaju (R$ 571,43).

O aumento no custo da cesta básica foi influenciado, principalmente, pela alta no preço do café em pó, que subiu em todas as capitais nos últimos 12 meses, além do pão francês, que teve reajuste em 16 cidades devido à menor oferta de trigo nacional e ao câmbio desvalorizado. O tomate também pesou no orçamento, com aumento superior a 40% em Salvador, Belo Horizonte, Brasília e Rio de Janeiro, reflexo das chuvas que afetaram a produção.

Por outro lado, alguns produtos ajudaram a conter a alta dos preços. A batata teve queda em todas as capitais no último ano, enquanto o leite integral, o arroz agulhinha e o feijão preto apresentaram redução nos últimos meses devido ao aumento na oferta.

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