Faltando pouco mais de dez meses para a Conferência do Clima da ONU, a COP30, Belém segue recebendo investimentos e obras estruturantes para sediar o evento. O governo do Estado estima que R$ 4 bilhões estão sendo aplicados em parceria com o governo federal, Itaipu Binacional e o BNDES. A vice-governadora e presidente do Comitê estadual da COP30, Hana Ghassan, destacou que as obras seguem dentro do cronograma previsto e que a conferência será uma oportunidade para fortalecer o debate sobre o clima diretamente na Amazônia.
Obras de infraestrutura
Entre os projetos em andamento está a construção da sede oficial do evento, melhorias na infraestrutura urbana, ampliação da rede hoteleira e reforço nas medidas de segurança. Segundo a UNFCCC, entidade da ONU responsável pela conferência, houve avanços significativos na preparação de Belém desde a primeira visita técnica, realizada em outubro de 2023. A secretária executiva adjunta da UNFCCC, Noura Hamladji, afirmou que a evolução das obras é positiva e que a cidade está no caminho para sediar um evento bem estruturado.
O presidente Lula também se manifestou sobre a realização da COP30 em Belém, defendendo que a conferência no “coração da Amazônia” reforça a importância da região para o debate climático global. Para ele, preocupações sobre a infraestrutura da cidade não devem comprometer a credibilidade do evento. O governo federal afirmou que, além das obras urbanas e dos novos empreendimentos hoteleiros, a estrutura de hospedagem incluirá embarcações, aluguéis por temporada e acomodações alternativas para atender ao grande público esperado.
Ao longo da semana, autoridades do BNDES estiveram em Belém para acompanhar as intervenções financiadas pelo banco. O assessor da Diretoria Socioambiental do BNDES, Pedro Iootty, afirmou que os investimentos visam não apenas a COP30, mas também melhorias permanentes na cidade. Entre as principais obras estão ampliações na rede de saneamento, infraestrutura viária e revitalização de espaços culturais.
Contradições do governo estadual
Enquanto os investimentos nos preparartivos para a conferência avançam, Belém também tem sido palco de protestos contra o governo do Estado. Desde 14 de janeiro, um grupo de manifestantes ocupa a sede da Secretaria de Educação do Estado (Seduc) reivindicando a revogação da Lei 10.820, que, segundo os manifestantes, compromete direitos à educação indígena, do campo e ribeirinha.
O governo do Estado não demonstra interesse em revogar a lei, mas reiterou que está aberto ao diálogo com os manifestantes para atender outras demandas. Enquanto isso, a organização da COP30 segue avançando.
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