Após mais de 18 dias de ocupação da sede da Secretaria de Educação do Pará (Seduc) por indígenas, o governador Helder Barbalho (MDB) se pronunciou por meio de um vídeo divulgado nas redes sociais. No discurso, ele classificou a mobilização como baseada em “desinformação” e afirmou que 100% das demandas apresentadas pelos manifestantes foram atendidas pelo governo.
O protesto teve início no dia 14 de janeiro, com indígenas reivindicando melhorias na educação indígena e se posicionando contra a substituição do ensino presencial por um modelo de educação à distância. Segundo o governador, essa informação seria uma “fake news” e nunca fez parte dos planos do Estado.
Barbalho destacou que, ao longo do período de ocupação, foram realizadas reuniões e negociações com lideranças indígenas, resultando em acordos aceitos por sete das oito regiões indígenas representadas. No entanto, segundo ele, o grupo que permanece ocupando a Seduc se recusou a participar dos encontros e não aceitou os compromissos firmados.
“Eu mesmo liderei uma reunião de mais de quatro horas, buscando garantir o retorno das atividades da Secretaria e dos servidores. Mas esse grupo não apareceu”, declarou. O governador também mencionou a mediação da ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, que teria tentado abrir um novo espaço para diálogo, sem sucesso.
Além de criticar a falta de consenso, Barbalho demonstrou preocupação com os danos ao prédio da Seduc e o impedimento do trabalho dos servidores da secretaria. Apesar disso, reforçou a disposição do governo em manter o diálogo, desde que as reivindicações sejam apresentadas de forma clara e representem, de fato, as necessidades da população indígena e da educação estadual.
A Ocupação da Seduc
A ocupação da sede da Seduc por cerca de 300 indígenas de 22 etnias diferentes teve início em 14 de janeiro de 2025. Os manifestantes exigem a revogação da Lei nº 10.820/2024 e a exoneração do atual titular da pasta, Rossieli Soares. Além disso, reivindicam a manutenção do ensino presencial nas comunidades indígenas e tradicionais, temendo que a implementação do ensino à distância prejudique o acesso à educação de qualidade nessas áreas.
Durante o período de ocupação, houve tentativas de diálogo entre o governo e os manifestantes, incluindo reuniões mediadas pela ministra Sônia Guajajara. No entanto, as negociações não resultaram em acordo, e a ocupação persiste, com os manifestantes mantendo suas reivindicações.
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