Com a chegada do inverno amazônico, caracterizado por chuvas intensas, maior umidade e temperaturas mais amenas, é comum observar um aumento nos casos de gripes, resfriados e outras viroses respiratórias. O Estado do Pará On-line (EPOL) conversou com o Dr. Alessandre de Jesus, médico infectologista do Hospital Universitário João de Barros Barreto, para esclarecer quais são as principais preocupações de saúde nesse período e como a população pode se prevenir.
Quais são as principais doenças virais que costumam se propagar mais durante o período chuvoso?
Segundo o Dr. Alessandre, as doenças mais comuns nesse período incluem viroses respiratórias, como a gripe (causada pelo vírus Influenza), COVID-19 e outras viroses sazonais, como o vírus sincicial respiratório, adenovírus e metapneumovírus. “Devido ao aumento da umidade e à maior tendência das pessoas a se aglomerarem em ambientes fechados, as doenças transmitidas por gotículas respiratórias se espalham com mais facilidade”, explicou o médico.
Que medidas práticas as pessoas podem adotar no dia a dia para prevenir o contágio dessas doenças?
O Dr. Alessandre destaca que o distanciamento é a primeira medida a ser adotada. “Evitar contato próximo com pessoas que apresentam sintomas gripais é essencial. Em ambientes fechados e muito frequentados, como elevadores e coletivos, o uso de máscaras é altamente recomendado, especialmente para pessoas imunodeprimidas, idosos e gestantes.”
Outras recomendações importantes incluem:
Higienização frequente das mãos com água e sabão ou álcool em gel.
Manter os ambientes ventilados.
Evitar aglomerações sempre que possível.
Existe algum cuidado especial com a alimentação ou com o consumo de água que possa ajudar a fortalecer a imunidade?
“A alimentação é crucial”, afirma o especialista. “Escolher bem os alimentos, evitando produtos industrializados e priorizando frutas, verduras e alimentos ricos em vitaminas, é fundamental para manter o sistema imunológico fortalecido. O consumo de água de qualidade também é essencial para o bom funcionamento do organismo.”
Para quem está com alguma vacina desatualizada, é recomendável ir ao posto de saúde agora ou é melhor aguardar?
O Dr. Alessandre recomenda que as pessoas atualizem seu esquema vacinal o quanto antes. “Esperar pode ser um risco maior, considerando o aumento da transmissão de doenças nesse período. Mesmo que o ambiente do posto de saúde possa estar mais movimentado, o benefício da vacina supera o risco de contágio.”
Em quanto tempo uma vacina começa a oferecer proteção efetiva após a aplicação?
De acordo com o Dr. Alessandre, o sistema imunológico leva cerca de duas semanas para produzir anticorpos suficientes após a vacinação. “Portanto, é importante que as pessoas se vacinem antes de uma exposição significativa a ambientes de risco.”
Além da vacina, que outras medidas podem ser tomadas para evitar doenças virais nesse período?
Além das medidas já mencionadas, o médico reforça a importância de manter uma rotina de sono adequada, evitar o estresse excessivo e praticar atividades físicas regularmente. “Tudo isso contribui para um sistema imunológico mais forte e preparado para combater infecções.”
Lembre-se
Com a chegada do inverno amazônico, é fundamental que a população adote medidas preventivas para minimizar o risco de contágio por doenças virais. Atualizar o esquema vacinal, manter uma alimentação equilibrada, evitar aglomerações e usar máscaras em locais fechados são algumas das principais recomendações do Dr. Alessandre. “Prevenção é sempre o melhor caminho”, finaliza o especialista.
Prossegue até o dia 31 de janeiro a Campanha de Vacinação contra a Influenza (gripe), que começou no dia 2 de setembro de 2024, mas até o momento não alcançou a meta de imunizar 90% dos grupos prioritários. Com a chegada do período chuvoso na região amazônica, a baixa cobertura vacinal representa um grande risco para a população não protegida e mais vulnerável, como crianças, idosos e gestantes.
O Programa Nacional de Imunizações do Ministério da Saúde sempre prioriza os mais vulneráveis. No entanto, a população continua não atendendo ao chamado do Sistema Único de Saúde (SUS). Devido ao baixo índice de imunização, o PNI estendeu a campanha para a população em geral, mas ainda assim a cobertura vacinal continua baixa.
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