CIIR alerta para cuidados de pessoas com TEA quanto ao uso de fogos de artifício com ruídos

Especialistas alertam para os impactos sensoriais dos fogos de artifício e sugerem estratégias para proteger pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA).

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A chegada das festas de fim de ano costuma ser marcada pela alegria das celebrações, mas, para algumas pessoas, o barulho dos fogos de artifício pode ser motivo de grande desconforto. Isso é especialmente verdadeiro para aqueles com Transtorno do Espectro Autista (TEA), que podem ter uma hipersensibilidade a estímulos auditivos e visuais. No Pará, o Centro Integrado de Inclusão e Reabilitação (CIIR) alerta sobre os cuidados necessários para proteger essas pessoas de possíveis crises causadas pelo estrondo e pelas luzes intensas dos fogos.

De acordo com Maria do Carmo Freitas, diretora assistencial do CIIR, o barulho e a luminosidade dos fogos de artifício podem ser excessivamente estimulantes, gerando desconforto físico e emocional em pessoas com TEA. “Os fogos com estampido são particularmente problemáticos, pois causam uma sobrecarga sensorial. Isso pode resultar em crises ou reações emocionais intensas”, explica. Ela sugere que, para minimizar esses efeitos, é importante usar abafadores de ruído e trabalhar a previsibilidade dos sons e eventos durante as comemorações.

Embora a Lei nº 9.593, de maio de 2022, não trate diretamente de pessoas com TEA, ela proíbe o uso de fogos com estampido em todo o estado do Pará. Essa regulamentação busca diminuir os impactos do barulho intenso, favorecendo, inclusive, indivíduos com sensibilidade auditiva. “A lei oferece uma proteção importante, embora ainda falte uma conscientização maior sobre os efeitos que esses estímulos têm sobre quem tem TEA”, afirma Maria do Carmo.

Freitas destaca que, para proteger uma pessoa com TEA do impacto dos fogos, é essencial preparar o ambiente doméstico. Criar um espaço calmo, com pouca luz e som, pode ajudar a reduzir a estimulação sensorial. Além disso, brinquedos sensoriais e atividades tranquilas, como pintar ou brincar com massinha, podem ser uma boa opção para distração. A redução de ruídos de fundo e a criação de uma atmosfera mais silenciosa também são fundamentais.

Além disso, preparar a criança ou adulto com TEA para os sons que podem ocorrer durante as festas é uma estratégia eficaz. “É importante explicar o que está acontecendo de forma simples, por meio de histórias ou visualizações, para que a pessoa não se sinta tão sobrecarregada”, sugere a especialista. Para pessoas com maior sensibilidade, o uso de abafadores de ruído, sempre sob orientação de um profissional, pode ajudar a controlar a intensidade dos sons.

Atendimento especializado no CIIR

Os números de atendimento a pessoas com TEA no CIIR são impressionantes. Entre janeiro e novembro de 2023, o Núcleo de Atendimento ao Transtorno do Espectro Autista (Natea) realizou cerca de 4.700 atendimentos mensais, enquanto o Cetea, especializado no cuidado de crianças com TEA, registrou em média 3.600 atendimentos. Esses centros são fundamentais para ajudar as famílias a lidar com as dificuldades diárias que surgem devido à hipersensibilidade sensorial.

Com informações de: Ascom CIIR

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