A Polícia Federal realizou uma operação de busca e apreensão no dia 6 de dezembro na residência do deputado federal Antônio Doido (MDB), localizada em um prédio de luxo no bairro do Umarizal, em Belém. Durante cinco horas, os agentes apreenderam documentos e outros materiais suspeitos, além de realizar buscas no escritório do parlamentar. A ação, conduzida de forma discreta, causou inquietação na vizinhança e aumentou as suspeitas sobre possíveis irregularidades envolvendo o deputado.
A operação está diretamente ligada a um escândalo ocorrido na véspera da eleição municipal, quando Geremias Cardoso Hungria, aliado de Antônio Doido, foi flagrado com R$ 5 milhões em dinheiro vivo no município de Castanhal. As investigações apontam que o montante seria utilizado para compra de votos. Além de Geremias, o coronel da Polícia Militar Francisco Galhardo e o soldado Ellis Dangeles Noronha Martins foram presos com parte do dinheiro.
As investigações revelam que a origem dos valores estaria vinculada a contratos milionários do governo do Pará, liderado por Helder Barbalho (MDB). Um dos contratos sob suspeita envolve a JAC Engenharia Ltda., empresa de Geremias e do ex-prefeito de São Miguel do Guamá, José Ailton Cordeiro. Criada em 2021, a empresa venceu uma licitação no valor de R$ 142 milhões para obras relacionadas à COP-30, incluindo a ampliação da rua da Marinha, que cortará uma área florestal significativa de Belém. Esses projetos têm sido prioridade do governo estadual, mas agora enfrentam questionamentos sobre irregularidades e desvios de recursos públicos.
O caso lança luz sobre uma complexa rede de corrupção envolvendo figuras políticas e contratos públicos, que pode ter implicações profundas para a política no Pará.
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