Belém registrou a segunda maior taxa de detecção de HIV em gestantes entre as capitais brasileiras em 2023, com uma média de 9,0 casos por 1.000 nascidos vivos, ficando atrás apenas de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, que liderou com 16, 2 casos por 1.000 nascidos vivos. Os dados divuldados pelo Ministério da Sapude nesta sexta-feira (13), mostram um contraste regional, com a capital gaúcha mantendo índices historicamente elevados e Belém destacando-se no Norte, uma região que apresentou um aumento expressivo de 76,5% nas taxas de detecção entre 2013 e 2023.
O levantamento nacional mostra que a taxa média de detecção no Brasil foi de 3,3 casos por 1.000 nascidos vivos em 2023. Entre as capitais com taxas inferiores à média nacional estão Brasília (1,7), Belo Horizonte (2,1), Teresina (2,1), Rio Branco (2,7), São Paulo (3,0) e Goiânia (3,1). Já cidades como Manaus e Florianópolis, assim como Belém, figuraram entre as que mais chamaram atenção com índices acima da média.
A nível nacional, o perfil das gestantes afetadas
A maioria das gestantes afetadas com HIV em 2023 tinha entre 20 e 29 anos, representando 53,1% dos casos. Em termos de escolaridade, 33,7% das mulheres afetadas tinham o ensino médio completo, consolidando-se como o grupo mais representativo na última década. Quanto à autodeclaração racial, as gestantes pardas foram maioria (53,1%), seguidas por brancas (28,4%) e pretas (14,3%).
Prevenção e diagnóstico precoce
O momento do diagnóstico é crucial para evitar a transmissão vertical do vírus. Em 2023, 61,6% das gestantes já sabiam ser portadoras do HIV antes do início do pré-natal. Os casos declarados durante ou após o parto reduziram significativamente, diminuindo 46,6% desde 2014. A detecção precoce e o uso regular de terapia antirretroviral (TARV) continuam sendo as principais medidas para controlar a carga viral e evitar a transmissão do HIV para o bebê.
Com Belém ocupando posição de destaque em um cenário preocupante, os dados reforçam a necessidade de ações mais eficazes, incluindo campanhas educativas, ampliação do acesso ao pré-natal e fortalecimento das políticas públicas voltadas à saúde da mulher, especialmente nas regiões Norte e Sul, onde os números são mais expressivos.
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