Volkswagen do Brasil é acusada de explorar trabalho análogo à escravidão no Pará

A denúncia aponta jornadas exaustivas, condições degradantes e servidão por dívida, em uma área de 139 mil hectares utilizada para criação de gado e extração de madeira durante a ditadura militar

O Ministério Público do Trabalho (MPT) ajuizou uma ação civil pública contra a Volkswagen do Brasil, acusando a montadora de explorar trabalho em condições análogas à escravidão e de participar de um esquema de tráfico de pessoas entre 1974 e 1986, na Fazenda Vale do Rio Cristalino, em Santana do Araguaia, no Pará. A denúncia aponta jornadas exaustivas, condições degradantes e servidão por dívida, em uma área de 139 mil hectares utilizada para criação de gado e extração de madeira durante a ditadura militar.

O MPT pede uma indenização de R$ 165 milhões por danos morais coletivos. A Volkswagen, por sua vez, nega as acusações e declarou, em nota, que só tomou conhecimento das denúncias três anos após o início das investigações. A empresa chegou a negociar um acordo com o MPT, mas abandonou as conversas em março de 2023.

A denúncia foi originalmente apresentada ao MPT em 2019 pelo padre Ricardo Rezende Figueira, ex-coordenador da Comissão Pastoral da Terra para a região do Araguaia e Tocantins. À Folha de São Paulo, a Volkswagen afirmou que ainda não foi notificada oficialmente e que não comenta processos em andamento.

Fonte: Misto Brasil.

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