O processo que investiga a suspeita de compra de votos e assédio eleitoral do senador Beto Faro (PT) nas eleições de 2022 segue sem desfecho, próximo de completar dois anos em tramitação no Tribunal Regional Eleitoral do Pará (TRE-PA). A ação foi movida pela Procuradoria Regional Eleitoral, que apontou indícios de irregularidades ocorridas no Instituto de Gestão Previdenciária do Estado do Pará (Igeprev) durante o período eleitoral.
O presidente do TRE, desembargador Leonam Gondim da Cruz Júnior, fez uma cobrança pública em setembro deste ano, quando o caso completou um ano e nove meses sem julgamento, pedindo agilidade ao juiz eleitoral Rafael Fecury, responsável pelo processo. Apesar disso, não houve avanços significativos, e Fecury deve encerrar seu mandato em 15 de dezembro sem apresentar uma solução. A nova presidência do tribunal, que será assumida por José Maria Teixeira do Rosário, com Maria Filomena de Almeida Buarque como vice, tomará posse apenas em 21 de janeiro.
O Ministério Público Eleitoral, representado pelo procurador Alan Mansur, tratou o caso como prioridade à época, movendo a ação para punir o abuso de poder econômico e a corrupção eleitoral. Entre os elementos da denúncia está uma gravação de uma reunião realizada uma semana antes das eleições, onde houve apresentação musical, distribuição de brindes, comidas, bebidas e transporte gratuitos, além de pedidos explícitos de votos para Beto Faro.
O senador foi eleito com 1.781.582 votos, superando o concorrente direto Mário Couto (PL), que obteve 1.485.453 votos. A lentidão no julgamento contrasta com a gravidade das acusações e a celeridade inicialmente prometida pelo Ministério Público Eleitoral.
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