Em um artigo publicado neste domingo (3), o jornal O Globo destaca falhas na infraestrutura da capital paraense para receber a COP30 em novembro de 2025 e centra sua análise em dois pontos: que as soluções propostas pelo governo local podem não dar certo e o preço a ser pago por isso, resumido na chance de ausência de grandes chefes de estado.
Ao todo, o governo federal estima a visita de 120 a 150 chefes de Estado a Belém para o evento. No entanto, o artigo cita que o corpo diplomático tem manifestado preocupação com a falta de acomodações de hotéis cinco estrelas e a falta de rotas de fuga para um eventual ataque e unidades hospitalares para atender possíveis emergências.
O artigo cita ainda que delegações de países mais ricos têm protocolos de segurança ainda mais rígidos, como o costume de reservar um prédio inteiro e exclusivo e ter vias largas abertas que permitam o deslocamento rápido. Para reforçar a fala, o secretário-executivo do Observatório do Clima, Márcio Astrini, presença frequente em COPs, deu como exemplo o presidente dos Estados Unidos:
“O presidente (dos Estados Unidos) tem um esquema de segurança específico. Não pode ter gente no andar de cima nem embaixo. Se não tiver esse padrão, ele simplesmente não vem. Imagine isso para 190 países. O governo decidiu fazer uma COP em um local sem infraestrutura pronta, mas com o apelo político e simbólico que São Paulo e Rio não têm. Agora tem que correr atrás para entregar essa infraestrutura”, diz.
A matéria cita ainda que o Aeroporto Internacional de Belém não tem capacidade de receber o volume de voos internacionais esperados para o evento e o fato de autoridades locais minimizarem o fato, resgatando falas de Beto Faro (PT), que disse que a oferta de alojamentos será resolvida até o início do encontro, assim como uma fala da diretora-executiva do Consórcio Interestadual dos nove Estados da Amazônia Legal, Vanessa Duarte, também minimiza os contratempos:
“A Amazônia não é vista como um grande santuário verde? Não faz sentido construir uma Dubai para atender um evento de duas semanas”.
Além disso, a matéria também destaca que o déficit hoteleiro levou jornais de alcance nacional e parte do governo Lula a cogitar transferir algumas reuniões da COP30 para São Paulo, Rio e Brasília, mas que está medida foi criticada pelo Governo Federal e Estadual, citando indiretamente que a ‘teimosia’ pode trazer riscos para a realização do evento:
“Não queremos fazer a COP como fez Dubai, com seus grandes prédios e avenidas. Quem quiser ver os grandes rios, árvores e os povos da floresta, venha a Belém”, disse Helder Barbalho, em maio de 2024.
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