Com quase R$ 3 milhões liberados pela Lei Rouanet, Festival Aceita decepciona público e investidores

Nem os quase R$ 3 milhões liberados pela Lei Rouanet, somados ao incentivo financeiro dos Correios e do Sebrae (R$ 190 mil) e do Ministério do Turismo (R$ 250 mil) foram capazes de evitar problemas como a desistência em massa de equipes e parte das atrações por falta de contrato e pagamento.

O Festival Aceita, que aconteceu em Belém entre os dias 23 e 25 de agosto teve uma passagem cercada de polêmicas, que não encerraram nem mesmo com o fim do evento e um longo pedido de desculpas.

Patrocinado pelo Nubank e realizado pelo Ministério da Cultura, o evento trouxe atrações internacionais como o astro Billy Porter e outros nomes, porém, nem os quase R$ 3 milhões liberados pela Lei Rouanet, somados ao incentivo financeiro dos Correios e do Sebrae (R$ 190 mil) e do Ministério do Turismo (R$ 250 mil) foram capazes de evitar problemas como a desistência em massa de equipes e parte das atrações por falta de contrato e pagamento.

Com produção e realização da empresa Criattiva & Cavallero, de Lany Cavallero e Cássio Nogueira, o festival que teve como primeiro ato o anúncio de Milton Cunha como curador e embaixador do festival, desconvidou ou não comprou passagens aéreas de diversos personalidades anunciadas pelo paraense, carnavalesco de fama internacional.

Após o fracasso de público nos dias iniciais devido a falta de priorização da imprensa paraense para a cobertura do evento, a organização fez, de forma inesperada, a doação de ingressos para a chamada ‘cota social’. No entanto, nem mesmo oferecendo os ingressos gratuitamente os últimos dias do evento tiveram o público esperado.

Ao longo do evento, as equipes de comunicação, fotografia, mídias sociais e diversos artistas desistiram da participação em um evento com investimento milionário que não possuía area que atendesse a necessidade de trabalhadores com deficiência física e sequer teve placas para sinalização dos bastidores.

Camarins com identificação improvisada
DJ Coytada, atração de um dos dias de maior público do Festival Aceita

Em nota divulgada após o fim do evento, a produtora Criattiva & Cavallero declarou que “Nossa ousadia em promover os direitos da população LGBTQIAPN+ incomodou alguns, e as dificuldades logísticas e financeiras foram grandes. Infelizmente, enfrentamos uma série de desafios que impactaram a experiência de alguns participantes e colaboradores. Problemas logísticos, envio de passagens aéreas de última hora, desistência de alguns participantes e consequentes mudanças na programação reduziram o alcance de algumas das atividades planejadas, resultando em insatisfações legítimas. Pedimos desculpas sinceras aos trabalhadores, artistas, jornalistas, palestrantes e, especialmente, ao público paraense, nortista e LGBTQIAPN+ que se sentiu prejudicado em qualquer etapa do festival. Entendemos as críticas e manifestações nas redes sociais e nos solidarizamos com todos. O festival disponibilizou cotas de ingressos gratuitos, estabelecidas em lei, sendo a maioria retirada no dia 25 de agosto, dia de maior presença do público. Gostaríamos de reiterar que todos os contratos de prestação de serviços serão devidamente cumpridos”.

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