No último sábado (26), Tereza Bianca Nunes de Castro, de 23 anos, faleceu em Marabá, no sudeste paraense, após enfrentar complicações decorrentes do nascimento de seu bebê. A jovem estava internada no Hospital Regional do Sudeste do Pará há aproximadamente duas semanas, resultado de procedimentos inadequados durante a cesariana realizada em outubro de 2023, conforme relatado pela família. O caso ganhou destaque nos últimos dias.
Tereza foi hospitalizada em estado grave após sofrer uma perfuração no intestino durante o parto de seu segundo filho no Hospital Materno Infantil (HMI) em Marabá.
Após o parto em 24 de outubro de 2023, surgiram complicações, incluindo choro incessante do bebê e um inchaço abdominal preocupante em Tereza.
A família confirmou a perfuração no intestino, agravando ainda mais sua condição. O velório ocorreu no bairro Laranjeiras no domingo.
Apesar de passar por 11 cirurgias na tentativa de resolver o problema, Tereza não resistiu e faleceu na noite de sábado.
A Secretaria Municipal de Saúde de Marabá e a direção do Hospital Materno Infantil emitiram uma nota esclarecendo o caso, relatando a complexidade das condições da paciente e informando que estão conduzindo uma auditoria interna para elucidar o ocorrido. O parecer conclusivo será encaminhado ao Ministério Público Estadual e ao Conselho Regional de Medicina do Estado do Pará.
Leia a nota na íntegra:
Em resposta a notícias veiculadas durante esta semana em redes sociais e imprensa acerca da paciente TEREZA BIANCA NUNES DE CASTRO que foi atendida no Hospital Materno Infantil – HMI no dia 24 de outubro de 2023, informamos inicialmente que a paciente deu entrada nesta casa de saúde na referida data, por meio do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência – SAMU, sem acompanhante, em franco trabalho de parto, sem registro de pré-natal ou qualquer acompanhamento médico, apresentando fala desconexa, desnutrição grave, pesando 39 kg.
Sendo assim, logo durante o primeiro atendimento foi identificado que o feto encontrava-se em posição transversa (atravessado no útero), tendo sido realizado parto cesáreo com difícil extração devido a apresentação anormal.
Após o parto, no dia 26/10/2023 a genitora recebeu alta com sinais clínicos estáveis e sem queixas no momento, em observância à recomendação do Ministério da Saúde de alta médica 48 (quarenta e oito) horas após o procedimento.
No dia 30/10/2023 a paciente retornou ao Hospital novamente trazida pelo SAMU com histórico de dor abdominal, vômitos e evacuações, ferida operatória com odor fétido e desnutrição grave.
Após avaliação, a paciente foi diagnosticada com infecção abdominal, momento no qual foi realizada internação para início de antibióticos durante 10 (dez) dias. Ocorre que, a paciente evadiu-se do hospital no dia 02/11/2023 sem autorização médica, interrompendo assim o tratamento indicado de antibioticoterapia no 3º dia.
Ato contínuo, no dia 04/11/2023, 02 (dois) dias após a evasão, a paciente retornou ao HMI mantendo quadro de infecção quando foi novamente internada para realizar tratamento com antibióticos e avaliação com cirurgião geral que solicitou transferência para UTI do Hospital Municipal de Marabá, sendo realizada a transferência no dia 05/11/2023.
Durante a avaliação médica pela equipe do Hospital Municipal, foi identificado que a paciente possuía abcesso cavitário (quando há presença de pus ou material infectado geralmente decorrente de uma infecção localizada dentro da cavidade peritoneal), sendo realizada laparotomia exploradora para drenagem do abcesso.Secretaria Municipal de Saúde de Marabá
Por fim, a Secretaria Municipal de Saúde iniciou processo de auditoria interna para elucidação do caso, com o devido informe ao Ministério Público Estadual e Conselho Regional de Medicina do Estado do Pará, para os quais encaminhará parecer conclusivo da auditoria tão logo seja finalizada.
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