As forças de segurança apreenderam mais de 440 quilos de ouro ilegal no Brasil em 2025, segundo dados da Polícia Federal. A maior parte desse volume foi interceptada na Amazônia Legal, região que concentra os principais focos de garimpo ilegal no país. O Pará aparece entre os estados com maiores apreensões, totalizando 40,28 quilos de ouro retirados de circulação entre janeiro e o início de dezembro.
Ao todo, foram 447,09 quilos de ouro ilegal apreendidos no país, volume quase quatro vezes maior do que o registrado em 2024. O crescimento expressivo está ligado ao reforço das fiscalizações, à intensificação das operações conjuntas e ao fim da presunção de boa-fé na comercialização do minério.
Além do Pará, lideram o ranking das apreensões os estados de Roraima (213,69 kg) e Amazonas (73,70 kg). Juntos, os estados da Amazônia Legal somam mais de 345 quilos de ouro apreendidos, evidenciando que a região continua sendo o principal corredor do garimpo ilegal no Brasil.
No Pará, um dos casos de maior repercussão ocorreu em Altamira, no sudoeste do estado. Em outubro, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) apreendeu cerca de 40 quilos de ouro em barras, avaliados em aproximadamente R$ 20 milhões. O material era transportado em um carro de luxo pela BR-230, a Transamazônica, uma das principais rotas utilizadas para o escoamento do minério ilegal na região.
Segundo a Polícia Federal, todo o ouro apreendido por órgãos como PRF, Polícia Militar e Polícia Civil é encaminhado à PF, que centraliza a custódia e conduz as investigações. O valor estimado do ouro retirado de circulação em 2025 chega a R$ 348 milhões, considerando a cotação internacional do metal.
As investigações indicam que parte do ouro apreendido no Norte do país é extraída ilegalmente em áreas protegidas e terras indígenas e transportada por rodovias federais até pontos estratégicos de saída, incluindo fronteiras internacionais. As autoridades apontam que criminosos utilizam veículos comuns e até viagens simuladas em família para tentar burlar as fiscalizações.
Para a Polícia Federal, o aumento das apreensões reflete não apenas a intensificação das operações, mas também o fortalecimento das ações de combate ao garimpo ilegal, crime que causa graves impactos ambientais, sociais e econômicos, especialmente na região amazônica.
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