Ribeirinhos e usuários do Porto da Foz do Rio Camará, no arquipélago do Marajó, denunciaram nas redes sociais a suposta apropriação de uma área pública por parte da empresa Henvil Transportes. Segundo os relatos, o espaço, mantido com recursos públicos e destinado ao uso coletivo, estaria sendo operado como se fosse privado, com controle de acesso e restrições à população local.
Em vídeo gravado no local, um morador afirma que portões do porto permanecem fechados diariamente, inclusive em horários de maior circulação, obrigando ribeirinhos a escalar muros ou improvisar acessos para embarcar mercadorias e passageiros em pequenas embarcações, como rabetas. O denunciante relata ainda que, à noite, passageiros desembarcados por balsas ficam sem abrigo, impedidos de utilizar o terminal, aguardando ao relento ou dentro de veículos.
Restrição afeta rotina ribeirinha
De acordo com a denúncia, o porto é um ponto estratégico para comunidades que dependem do transporte fluvial para escoar produção, acessar serviços e circular entre rios e municípios do Marajó. A limitação de acesso estaria prejudicando diretamente trabalhadores, pequenos comerciantes e famílias ribeirinhas, que utilizam o local diariamente.
O relato também aponta que o controle exercido pela empresa favoreceria um modelo de operação concentrado, limitando o uso da estrutura pública a interesses comerciais específicos. A situação tem gerado críticas à ausência de fiscalização e de providências por parte do poder público.
Cobrança por fiscalização e providências
Moradores cobram posicionamento de vereadores, prefeitos, deputados estaduais e federais, além do Ministério Público do Estado do Pará, para apurar se há irregularidade na gestão do porto e eventual violação do direito de uso coletivo do espaço. Especialistas em gestão pública ouvidos em reportagens anteriores sobre portos do Marajó destacam que estruturas públicas não podem ter acesso restrito sem base legal ou contrato transparente que preserve o interesse público.
Até o momento, não houve manifestação oficial do Governo do Estado ou da empresa citada sobre as denúncias. A reportagem permanece aberta para esclarecimentos das partes envolvidas e atualização das informações.
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