As Polícias Civis do Pará (PCPA) e de Pernambuco (PCPE) deflagraram, na manhã desta sexta-feira (19), a operação “Check Out”, com o objetivo de desarticular um grupo criminoso investigado por aplicar golpes de estelionato contra turistas interessados em aluguéis de imóveis em Belém, especialmente no contexto da COP30.
A ação foi coordenada pela Delegacia de Proteção ao Turista (DPTUR), da Polícia Civil do Pará, e contou com apoio operacional e de inteligência da PC de Pernambuco para o cumprimento de mandados de prisão preventiva, além de buscas e apreensões na Região Metropolitana do Recife e no litoral sul pernambucano.
Segundo o delegado Guilherme Gonçalves, titular da DPTUR, as investigações começaram após vítimas procurarem a delegacia ao perceberem que haviam sido enganadas por anúncios falsos em plataformas digitais de aluguel de imóveis.
“Os investigados criavam anúncios fraudulentos oferecendo imóveis de alto padrão em Belém para o período da COP30. A partir da identificação dos autores, foi formada uma força-tarefa de inteligência entre as duas polícias, o que permitiu localizar os alvos nas cidades de Recife, Paulista e Ipojuca”, explicou.
De acordo com a Polícia Civil, a quadrilha também contava com a participação de dois cidadãos italianos, que atuavam tentando convencer representantes diplomáticos de diversos países a realizar depósitos antecipados para garantir reservas. As vítimas só descobriram o golpe ao chegar à capital paraense. O prejuízo estimado ultrapassa 500 mil dólares.
Durante a operação, cinco pessoas foram presas em cumprimento a mandados de prisão preventiva expedidos pela Vara das Garantias da Região Metropolitana de Belém. Também foram apreendidos celulares, tablets, cartões bancários, procurações e escrituras de imóveis, que, segundo a polícia, evidenciam a prática de lavagem de dinheiro. Contas bancárias utilizadas para receber os valores das vítimas também foram bloqueadas.

Como funcionava o esquema
As investigações apontam que, embora os anúncios fraudulentos fossem direcionados a imóveis em Belém, toda a estrutura logística e financeira do esquema operava a partir de Pernambuco.
“O crime cibernético não respeita fronteiras estaduais, mas a integração entre as Polícias Civis do Pará e de Pernambuco demonstrou que a resposta do Estado é única e eficaz”, destacou o delegado Guilherme Gonçalves.
Os materiais apreendidos passarão por perícia para dimensionar a extensão total dos golpes e identificar outros possíveis envolvidos. A operação segue em andamento, inclusive com medidas voltadas ao ressarcimento das vítimas. Os presos foram encaminhados à unidade policial local e permanecem à disposição da Justiça.
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