O paraense Matheus Santa Rosa dos Santos, 24 anos, natural de São Caetano de Odivelas, morreu após ser infectado por raiva humana na região de Oiapoque, no Amapá. Ele estava internado havia duas semanas na UTI do Hospital Universitário Barros Barreto, em Belém, referência no tratamento de doenças infecciosas. Este é o terceiro caso registrado no Brasil em 2025, conforme o Ministério da Saúde.
Matheus foi atacado por um macaco enquanto pescava em uma área de manguezal no Amapá. Dias depois, apresentou sintomas compatíveis com encefalite viral e precisou ser transferido para Belém. A morte foi confirmada nesta quinta-feira, 4, pela Secretaria de Saúde do Pará (Sespa).
Exames confirmam infecção
Segundo o governo do Amapá, a infecção foi confirmada pelo Instituto Pasteur, em São Paulo, por meio de RT-PCR, em amostras de saliva e biópsia. A Superintendência de Vigilância em Saúde do estado informou que o material analisado aponta para uma variante associada a morcegos, principais reservatórios do vírus na natureza. Equipes de vigilância e órgãos ambientais atuam na região para investigação e contenção de riscos.
A Polícia Científica do Pará realizou a necropsia no Serviço de Verificação de Óbito (SVO), em Belém. A Sespa informou que não há registros de casos ou mortes por raiva humana no Pará entre 2023 e 2025.
Ministério da Saúde
O Ministério da Saúde informou que o caso de Matheus é o primeiro na Amazônia neste ano. Os outros dois ocorreram no Ceará e em Pernambuco, ambos relacionados a saguis infectados com variantes silvestres (AgV3 ou C.Jaccus). A pasta mantém estoques de soro e vacina antirrábica para atendimento pós-exposição e monitora a circulação de variantes. Entre 2010 e 2024, o Brasil registrou 48 casos de raiva humana, metade deles associados a morcegos.
Casos de Raiva humana segundo espécie animal de agressor, 1986-2024*, Brasil

Saiba mais sobre a doença:
A raiva é uma infecção viral quase sempre fatal, transmitida pela saliva de mamíferos infectados, como morcegos, macacos, cães e gatos. O contágio ocorre por mordida, arranhões ou contato direto com secreções contaminadas. Os sintomas iniciais surgem entre dois e dez dias e incluem febre, dor de cabeça, alteração do comportamento e espasmos musculares.
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