Modelo de agrofloresta tem ganhado destaque entre pesquisadores, gestores públicos e participantes da COP 30 como estratégia para produzir alimentos ao mesmo tempo em que se recuperam áreas degradadas. A proposta integra lavouras e árvores maiores, criando sistemas biodiversos capazes de absorver carbono, reter água e aumentar a resistência das plantações a períodos de estiagem.
Segundo o engenheiro agrônomo Moisés Savian, secretário do Ministério do Desenvolvimento Agrário, essa forma de cultivo atua simultaneamente na mitigação e na adaptação às mudanças do clima. Ele explica que, ao converter pastagens degradadas em florestas produtivas, há aumento da absorção de carbono pela vegetação e melhoria das condições do solo para culturas sensíveis à falta de chuva.
Cooperações internacionais também impulsionam o tema. Em Botuporã, na Bahia, um consórcio com comunidades da região francesa da Alsácia do Norte promove capacitações e intercâmbios sobre práticas agroecológicas. A experiência levou jovens brasileiros a vivências no exterior e atraiu voluntários franceses interessados em agricultura orgânica, iniciativas que resultaram inclusive na publicação de um livro consolidando as trocas.
Experiências domésticas reforçam o alcance da agroecologia. No Rio de Janeiro, o jornalista socioambiental William Torres mantém um quintal produtivo como forma de preservar tradições familiares e estimular consciência ambiental. Para ele, cada ação que contraria a lógica do uso intensivo de agrotóxicos contribui para enfrentar a crise climática de forma coletiva.
Savian afirma que a agenda apresentada pelo Brasil na COP 30 ampliou o debate sobre florestas produtivas e que incentivos financeiros são essenciais para fortalecer pequenos agricultores. Ele destaca ainda o papel do mercado consumidor, que começa a adotar prateleiras dedicadas a produtos da floresta, como um passo para consolidar a economia sustentável.
*Com informações de Agência Brasil
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