A Organização das Nações Unidas (ONU) manifestou, em um ofício — ainda na semana passada —, direcionado a Casa Civil da Presidência da República e ao governo brasileiro, sérias preocupações a respeito da infraestrutura da Conferência do Clima (COP30) no Pará. A comunicação da entidade global destacou especificamente a existência de “potenciais riscos de segurança devido à exposição à eletricidade” no local do evento.
O documento foi formalmente encaminhado a figuras-chave da organização, incluindo o ministro-chefe da Casa Civil da Presidência da República, Rui Costa, o presidente da COP30, embaixador André Corrêa do Lago, e o governador do Pará, Helder Barbalho. Além da questão elétrica, o texto da ONU listou outras falhas organizacionais, como dificuldades de refrigeração, problemas de segurança e registros de alagamentos.
Simon Stiell, secretário-executivo da UNFCCC, o braço da ONU responsável pela organização da COP, detalhou que a entrada de água pelo teto e pelas luminárias gerou transtornos e potencializou os perigos de choque elétrico. Ele enfatizou a necessidade urgente de reparos e medidas de impermeabilização em Belém, dada a alta frequência de chuvas, para assegurar que todas as áreas permaneçam seguras e operacionais.
A reação da ONU foi desencadeada após a invasão de manifestantes na “Blue Zone”, a área central de negociações da COP, na noite da última terça-feira (11). Naquele momento, já se acumulavam diversas queixas sobre o mau funcionamento do sistema de refrigeração e os constantes vazamentos em diferentes setores do complexo.
Em resposta oficial, a Casa Civil da Presidência da República optou por não se aprofundar na grave menção sobre a exposição à eletricidade, focando nas questões hídricas. O governo federal apenas esclareceu que não ocorreram alagamentos generalizados, mas sim “ocorrências localizadas, como goteiras“, acrescentando que falhas em calhas do Mídia Center e do Posto de Saúde 2 foram rapidamente corrigidas e vedadas em conjunto com a UNFCCC.
* Com informações da CNN Brasil
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