“Estão negociando as nossas vidas e nós não estamos sendo escutados” diz indígena durante protesto na COP30 - Estado do Pará Online

“Estão negociando as nossas vidas e nós não estamos sendo escutados” diz indígena durante protesto na COP30

Manifestantes cobram avanço nas demarcações e criticam limitações nas discussões da conferência em Belém

Durante um ato de povos originários realizado nesta terça-feira (18), o brasileiro Jânio Kaiowá, do povo Kaiowá, de Mato Grosso do Sul, expressou indignação com a falta de avanço nas pautas indígenas e afirmou que as negociações da COP30 seguem sem ouvir as principais vítimas da crise climática.

Brigando por maior participação nas decisões, Jânio citou jovens e lideranças recentemente assassinados e disse que a condução das discussões na conferência ignora pressões históricas por proteção territorial. 

Em entrevista ao Estado do Pará Online (EPOL), o ativista avaliou que o anúncio feito por Lula sobre dez novas reservas indígenas representa um passo tímido diante das reivindicações acumuladas.

A tensão cresceu após manifestações em Belém terem resultado, na última segunda-feira (17), na tentativa de invasão da área das negociações oficiais, o que levou a ONU a pedir reforço de segurança e ampliar a vigilância no entorno da conferência. O governo federal respondeu com o anúncio da demarcação dos dez territórios, distribuídos pelo Pará, São Paulo e outros cinco Estados, contemplando povos como Munduruku, Tupinambá e Guarani-Kaiowá.

Diante da pressão, o Planalto reafirmou que a medida cumpria promessa de campanha e retomava um processo paralisado entre 2019 e 2022. Após a demarcação oficializada pelos ministérios da Justiça e dos Povos Indígenas, a conclusão depende agora da homologação presidencial.

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