Coalizão de mercado de carbono recebe adesão de 18 países na COP30 - Estado do Pará Online

Coalizão de mercado de carbono recebe adesão de 18 países na COP30

A proposta pretende ampliar a liquidez, a previsibilidade e a transparência do setor, harmonizando regras e criando bases para a formação de um mercado internacional mais sólido.

Sergio Moraes / COP30

O Brasil reuniu, no último sábado (15), líderes de alto nível para dar prosseguimento ao debate sobre a Coalizão Aberta de Mercados Regulados de Carbono, iniciativa lançada em 7 de novembro durante a Cúpula do Clima de Belém. O compromisso internacional, que busca criar padrões comuns e conectar sistemas de comércio de créditos de carbono, já recebeu o endosso de 18 países.

A proposta pretende ampliar a liquidez, a previsibilidade e a transparência do setor, harmonizando regras e criando bases para a formação de um mercado internacional mais sólido.

O secretário de Clima e Meio Ambiente do Ministério das Relações Exteriores, Maurício Lyrio, ressaltou que a coalizão reconhece o papel fundamental dos mercados regulados na aceleração da descarbonização.
“Os mercados de carbono de conformidade têm papel central na implementação do Acordo de Paris. Nosso objetivo é alavancar esses mecanismos mantendo a integridade ambiental e garantindo uma transição justa”, afirmou.

À frente do desenvolvimento técnico do compromisso está o Ministério da Fazenda, representado pelo secretário-executivo adjunto Rafael Dubeux. Ele destacou a importância da iniciativa para estruturar a transição energética global.
“Temos discutido caminhos para nos afastar dos combustíveis fósseis de forma ordenada e justa. O mercado regulado de carbono é essencial para isso”, disse.
Dubeux acrescentou que a coalizão permitirá avançar na definição de melhores práticas de Monitoramento, Relato e Verificação (MRV), além de estabelecer contabilidade comum e fortalecer mecanismos de offset. “É um momento histórico para acelerar o esforço global por descarbonização, equidade e prosperidade”, resumiu.

Adesão cresce

Durante o encontro, países reforçaram apoio à coalizão, que já conta com a participação de: Brasil, China, União Europeia, Reino Unido, Canadá, Chile, Alemanha, México, Armênia, Zâmbia, França, Ruanda, Andorra, Guiné, Nova Zelândia, Mônaco, Singapura e Noruega.

O comissário de Energia e Habilitação da União Europeia, Dan Jørgensen, afirmou que os créditos de carbono utilizados devem seguir padrões de alta qualidade alinhados ao Acordo de Paris. Segundo ele, a coalizão poderá criar um parâmetro internacional para integrar padrões às metas nacionais e ao desenho dos mercados domésticos.

Noruega oficializou sua entrada durante o evento. O ministro do Clima e Meio Ambiente, Andreas Bjelland Eriksen, destacou que a cooperação internacional é fundamental para fortalecer a integridade ambiental.
Segundo ele, a coalizão permitirá compartilhar experiências e ampliar o conhecimento em MRV e metodologias de contabilidade de carbono, garantindo que os mecanismos produzam impacto climático real.

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