Vídeo sarcástico sobre pessoa dormindo na rua circula nas redes durante a COP30 - Estado do Pará Online

Vídeo sarcástico sobre pessoa dormindo na rua circula nas redes durante a COP30

Gravação tenta associar desabrigado ao evento e ao governo estadual, sem verificar contexto social que atinge as grandes metrópoles ao redor do mundo e que precisa ser debatido e enfrentado com políticas públicas de inclusão e não com racismo, preconceito e politicagem.

Reprodução/Redes Sociais

Um vídeo que circula nas redes sociais nesta semana mostra uma pessoa dormindo em um banco na avenida Duque de Caxias, em Belém. A via está entre os principais acessos à COP30, que ocorre na capital durante o mês de novembro. Na gravação, o autor afirma, em tom de ironia, que o governo teria providenciado “hospedagem” ao que supõe ser um participante estrangeiro do evento.

Tentativa de associação política

No vídeo, o autor menciona o nome do governador Helder Barbalho e diz que ele “pensa em tudo”, sugerindo que a presença da pessoa em situação de rua estaria relacionada ao evento e às políticas públicas do governo estadual. A fala é feita sem apresentar informações sobre a identidade ou o contexto real da situação registrada.

O conteúdo foi divulgado como crítica política, sem indicação de apuração prévia.

Engajamento e ausência de empatia

A gravação sugere que o indivíduo seria de outro país, citando regiões como África ou Oriente Médio, sem confirmação. O tom adotado pelo autor busca gerar reação e compartilhamento, sem demonstrar solidariedade com a situação mostrada.

A circulação desse tipo de material nas redes reacende o debate sobre a relação entre visibilidade digital e responsabilidade social. Especialistas apontam que o aumento do engajamento tem se sobreposto a atitudes de empatia diante de pessoas vulneráveis.

Debate social em contexto global

A COP30 discute temas ambientais e climáticos, incluindo desigualdades sociais e deslocamentos forçados. A repercussão do vídeo evidencia um contraste mencionado por analistas: enquanto o planeta enfrenta desafios urgentes, a interação digital nem sempre reflete sensibilidade ou cuidado com a dignidade humana envolvida nas situações compartilhadas.

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