Nesta quarta-feira (12), uma reportagem nacional acusou o ministro do Turismo, Celso Sabino, de suprimir irregularmente uma área verde próxima ao Aeroporto Internacional de Belém para construir um posto de combustíveis. O EPOL apurou o caso e confirmou que o empreendimento possui todas as licenças ambientais emitidas pela Prefeitura de Belém e pelo Governo do Pará, incluindo autorização formal de supressão vegetal. A área integra o sítio aeroportuário da União, administrado sob concessão privada até 2053.
Licenças e regime de concessão
As licenças citadas pelo ministro na matéria do portal nacional correspondem aos procedimentos exigidos pelos órgãos municipais e estaduais, incluindo análise de topografia, autorização de retirada de vegetação secundária e laudos técnicos. O terreno integra o sítio aeroportuário administrado pela concessionária Noa, que tem prerrogativa para ceder ou locar frações da área a empresas privadas. Situações semelhantes já ocorreram na capital, como no caso de outros empreendimentos instalados em áreas federais sob concessão, entre eles um atacarejo e um posto de combustíveis ao lado do Parque da Cidade, ambos com contratos de longa duração.
Contexto político e questionamentos
A denúncia ganhou repercussão em meio ao protagonismo assumido por Celso Sabino na realização da COP30 em Belém. O ministro defendeu, desde o início, a capacidade da capital paraense sediar o evento e articulou investimentos para o setor de turismo, mesmo diante de narrativas que questionavam a viabilidade e a estrutura da cidade para receber uma conferência dessa magnitude. Com o avanço das atividades da COP30 e a execução das entregas previstas, o desempenho de Belém acabou confirmando as previsões do ministro, fato que contrariou parte da mídia nacional ancorada no sudeste.
Disputa interna e projeção eleitoral
O episódio também ocorre após tensões internas no partido do ministro. Celso Sabino manteve apoio ao presidente Lula mesmo sob risco de expulsão e passou a ser citado como possível candidato ao Senado em 2026, movimento que pode gerar desconforto em grupos que disputam espaço na sucessão estadual.
A verificação conduzida pelo EPOL confirma que o empreendimento segue o trâmite legal e que o uso da área está amparado pelas normas de concessão vigentes. A controvérsia avança para o campo político enquanto a obra segue com previsão de conclusão no primeiro trimestre de 2026.
POSTO DIFERENCIADO
Ao sermos informados sobre o empreendimento, ficamos sabendo que a ideia deste investimento é construir o primeiro posto de combustível no Pará que atuará com captação de energia solar para abastecimento de veículos elétricos.
Segundo um especialista em empreendimentos sustentáveis que participa da COP 30 em Belém, a adoção de sistemas de captação de energia solar em postos de abastecimento voltados a veículos elétricos representa um avanço estratégico na modernização da infraestrutura de mobilidade sustentável. Ao integrar painéis fotovoltaicos à operação, esses postos reduzem a dependência da rede elétrica convencional, garantem maior estabilidade no fornecimento de energia e minimizam custos operacionais a longo prazo.
Além disso, a geração local de energia limpa diminui significativamente as emissões associadas ao carregamento de baterias, reforçando o compromisso ambiental do setor e contribuindo para a redução da pegada de carbono no transporte. A combinação de autonomia energética, eficiência operacional e menor impacto ambiental posiciona esses empreendimentos como elementos-chave na transição para um modelo de transporte mais sustentável e resiliente.