Sonia Guajajara defende financiamento direto a comunidades indígenas para preservar florestas tropicais - Estado do Pará Online

Sonia Guajajara defende financiamento direto a comunidades indígenas para preservar florestas tropicais

Ministra destaca protagonismo dos povos originários na COP 30 e critica baixa destinação de recursos prometidos para territórios indígenas.

A ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, afirmou nesta quinta-feira (13), em Belém, que garantir financiamento direto às comunidades tradicionais é essencial para assegurar a continuidade da proteção das florestas tropicais. A declaração foi dada durante o programa Bom Dia, Ministra, transmitido pelo Canal Gov, da Empresa Brasil de Comunicação (EBC).

Durante a entrevista, Guajajara destacou o protagonismo dos povos indígenas na COP 30, que será sediada em Belém em 2025. Segundo ela, o evento contará com a presença de mais de 3,4 mil indígenas de diversas regiões do mundo, incluindo 360 brasileiros com acesso à Zona Azul, área oficial das negociações diplomáticas.

A ministra chamou atenção para o fato de que apenas uma pequena parcela dos recursos internacionais anunciados nas conferências climáticas chega efetivamente às comunidades indígenas.

“Dos bilhões prometidos, 1% chega ao país e, desse total, só 1% vai para os territórios. Isso é muito injusto”, afirmou.

Guajajara citou o Fundo de Florestas Tropicais para Sempre (TFFF) como exemplo de iniciativa que busca corrigir essa desigualdade. O fundo destina 20% dos recursos diretamente a comunidades indígenas e locais, e prevê que países beneficiados se comprometam a repassar os valores recebidos — sob risco de suspensão de novos repasses caso isso não ocorra.

Com a meta inicial de arrecadar US$ 25 bilhões, podendo ultrapassar US$ 100 bilhões com o apoio da iniciativa privada, o TFFF tem como objetivo recompensar nações que mantêm suas florestas em pé, oferecendo juros reduzidos e estimulando investimentos sustentáveis.

“A floresta não é só árvore. Ela é protegida por quem vive nela. Para garantir essa proteção, é preciso apoio financeiro real. Esperamos que o mundo entenda isso e contribua com recursos para manter esse trabalho de preservação”, concluiu a ministra.

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