Um grupo de cerca de 150 manifestantes tentou acessar a área restrita da Blue Zone — espaço destinado a delegações oficiais, líderes e imprensa credenciada — durante a COP30, realizada nesta terça-feira (11), em Belém. O ato ocorreu após a “Marcha da Saúde e pelo Clima”, que reuniu indígenas, movimentos sociais e ativistas ambientais em protesto contra a exploração de combustíveis fósseis e em defesa da Amazônia.
De acordo com um dos manifestantes, o grupo era formado majoritariamente por indígenas do Baixo Tapajós e representantes de organizações sociais. “Nós viemos aqui para dizer que os povos têm que participar da COP30. A gente tem que ter voz e ser ouvidos”, afirmou um manifestante após o protesto.
Segundo o relato, o grupo buscava chamar atenção para pautas como o fim da perfuração de petróleo na Foz do Amazonas, a rejeição à financeirização das florestas tropicais e a ampliação da participação popular nos espaços de decisão climática.
“Nós queríamos ser ouvidos e vistos. Infelizmente, a COP tem uma limitação na participação social dos movimentos. Ao chegar aqui, decidimos ir adiante, e houve uma certa tensão com a segurança, mas felizmente todo mundo saiu bem”, contou o manifestante, negando que tenha ocorrido confronto físico.
A mobilização gerou tumulto na entrada da Blue Zone, levando as equipes de segurança a improvisarem barreiras com mesas e cadeiras para impedir o avanço do grupo e garantir a integridade do evento.
Organizadores da marcha divulgam nota
Após o episódio, as entidades que integram a Marcha Global Saúde e Clima divulgaram uma nota de esclarecimento, informando que não têm relação com a ação ocorrida na entrada da Blue Zone. “O ato foi pacífico, público e previamente comunicado às autoridades competentes. O grupo que se dirigiu à Zona Azul após o fim da marcha não fazia parte da organização ou da articulação oficial do ato, tendo participado de forma independente”, diz o comunicado.
As organizações reforçaram que a mobilização principal reuniu profissionais da saúde, lideranças indígenas e organizações da sociedade civil “em defesa da vida, da Amazônia e da justiça climática”, e pediram a correção de informações que associavam a marcha ao tumulto.
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